Na Itália, Lula discute acordo Mercosul-UE: “Brasil está pronto”
Lula discutiu o tema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e disse ser “problema deles” firmar o acordo comercial
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o acordo comercial a ser firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE) tornou a ser discutido durante a passagem dele pela Itália, nesta semana, durante a participação do Brasil na cúpula do G7.
Em entrevista coletiva neste sábado (15/6), o chefe do Executivo brasileiro destacou a conversa que teve com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: “Disse para ela que depois de todas as tratativas que o Brasil fez para mudar o acordo, colocando as coisas que nós achávamos necessário colocar e, tirando as coisas que nós achávamos necessário tirar, o Brasil está pronto para a hora que União Europeia quiser assinar o acordo”.
“Volto com o otimismo que nós, do Mercosul, estamos prontos para assinar esse acordo e estamos certos que o acordo será benéfico para a América do Sul, para o Mercosul, e para os empresários e os governos da União Europeia”, continuou.
Segundo Lula, “agora, o problema é deles” e será necessário “aguardar” o pleito na França, porque “até o companheiro [Emmanuel] Macron estava mais flexível quando se tratou de falar do acordo: ‘Deixa passar as eleições para a gente conversar'”.
A França, chefiada por Macron, é considerada o principal obstáculo para a assinatura do acordo. O francês já chamou o texto de “antiquado” e “contraditório”, em 2023.
“Sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar, mas está mal remendado”, disse.
No entanto, Macron esteve no Brasil em março e discutiu o acordo com Lula. “Estamos só fazendo pequenas alterações”, falou à imprensa, na época.
O acordo entre o Mercosul e a UE chegou a ser assinado em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o documento não teve ratificação dos dois blocos e, dessa forma, é considerado inválido.