Na Câmara, Dino questiona se todos que são CAC “têm asas e são anjos”
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino rebateu tese de que diminuição da criminalidade no Brasil tem relação com armamentos
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino participou, nesta terça-feira (28/3), de audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados. Ele foi convidado para prestar esclarecimentos sobre pautas da segurança pública, como a política de armas do governo Lula (PT) e os atos golpistas promovido por bolsonaristas em 8 de janeiro.
Dino aproveitou para rebater a tese de que a diminuição da criminalidade no Brasil tem relação com o aumento de armas de fogo em circulação nas mãos de civis. O ministro da Justiça defendeu que a queda nos índices criminais aconteceu por causa da ação das polícias.
O ministro também fez um aceno à bancada da bala, dizendo que está à disposição para ouvir as demandas dos armamentistas, mesmo sendo de espectros políticos diferentes.
“Existem armamentistas sérios no Brasil? Sim, claro. Creio até que é a imensa maioria. Mas Jesus Cristo recrutou 12 e um se vendeu. Então, a essas alturas, nenhum dos propagadores do armamentismo vai dizer que todos aqueles que têm registro de CAC [Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador] têm asas e são anjos. Um ou outro escapa, infelizmente. E o que essas figuras têm feito? Ao invés de dar tiro esportivo, que pode, de estar fazendo sua coleção (de armas), está vendendo arma para o PCC e Comando Vermelho”.
Recadastramento
Quando comentou o recadastramento de armas no sistema da Polícia Federal, Dino disse, sem citar números, que a quantidade de armas recadastradas atualmente na PF já é maior que o número de armas que estavam cadastradas no Sigma (sistema do Exército).
Logo no início de sua gestão, Dino determinou o recadastramento na PF de todas as armas de CAC (antes eram cadastradas no Exército) compradas até 2019.
“O recadastramento visa separar o joio do trigo. Veja como o recadastramento é bom, já mais armas recadastradas do que havia de armas cadastradas. Ou seja, aqueles que diziam que nós queríamos fazer recadastramento para confiscar, na verdade, nós estamos contribuindo para que pessoas que estavam na ilegalidade venham para a luz da Lei. Tem mais armas recadastradas do que armas que tinham antes no Sigma”
