Municípios pedem saída de Eduardo Pazuello da Saúde: “Indignação”
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) afirmou que o ministro não acredita na vacinação como saída para a crise da Covid-19
atualizado
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A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) pediu a troca de comando do Ministério da Saúde. Em nota publicada na página oficial, a organização afirmou que o ministro Eduardo Pazuello “não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas”.
A CNM afirmou, na terça-feira (16/2), que a população dos municípios busca o imunizante contra a Covid-19 nos postos de saúde, sem sucesso, e que prefeitos e prefeitas estão indicando a suspensão da vacina para grupos prioritários a partir desta semana, devido à interrupção da entrega de novas doses.
A nota, assinada pelo presidente da CNM, Glademir Aroldi, ressalta que foram realizadas “várias tentativas” de diálogo com a gestão atual da Saúde, sem sucesso. “A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo.”
“Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para estados e municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do país”, afirmou a confederação.
Por fim, a CNM declara que a única solução para o problema do desabastecimento de vacinas é a troca de comando do ministério. Para os chefes dos municípios, a imunização é o caminho ideal para superar a pandemia e retomar o desenvolvimento econômico e social no país.
“Por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros”, concluiu a organização.
Suspensão da campanha
Diversos estados e municípios suspenderam a campanha de vacinação contra a Covid-19 por falta de doses do imunizante. No Rio de Janeiro, o calendário foi cumprido até a terça-feira, para idosos de 84 e 83 anos de idade. A partir desta quarta, a imunização fica paralisada até a chegada de novas doses.
“Recebi a notícia de que não chegaram novas doses. Teremos que interromper amanhã a nossa campanha. Hoje, vacinamos pessoas de 84 anos, e amanhã de 83. Estamos prontos e já vacinamos 244.852. Só precisamos que a vacina chegue. Nova leva deve chegar do Butantan na próxima semana”, afirmou Eduardo Paes (DEM), prefeito do Rio.
Em São José dos Campos, interior de São Paulo, a imunização também foi suspensa para idosos entre 80 e 84 anos. O estoque de 2,9 mil vacinas acabou no primeiro dia da campanha.
Na capital da Bahia, Salvador, a campanha também ficou paralisada. O estoque de vacinas acabou, conforme anunciou o secretário de Saúde local, Leo Prates.