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Mais de 15 mil pessoas comparecem a velório coletivo em Suzano

Massacre na Escola Estadual Raul Brasil, ocorrido na manhã dessa quarta-feira (13/3), vitimou cinco alunos e duas servidoras do colégio

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Velerio das vitimas do ataque em escola de Suzano
1 de 1 Velerio das vitimas do ataque em escola de Suzano - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviado especial a Suzano (SP) – Mais de 15 mil pessoas, segundo a Guarda Civil Municipal, já passaram pelo Parque Max Feffer, conhecido como Arena Suzano, onde aconteceu o velório de seis das 10 vítimas do massacre no Colégio Estadual Raul Brasil. Havia uma grande fila no lado de fora da arena: eram moradores que aguardavam a vez de se despedir das vítimas do ataque.

Devido à emoção, algumas pessoas precisaram de atendimento médico durante a cerimônia, que aconteceu desde as 7h. Uma mulher desmaiou, foi acudida por parentes e levada à enfermaria. Outra, muito nervosa, deixou o local em cadeira de rodas, amparada por profissionais da saúde.

Uma enfermaria foi montada na arena, e cerca de 50 servidores da rede municipal de saúde trabalham no local. São médicos psiquiatras e clínicos gerais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e assistentes sociais.

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Em uma área isolada, familiares das seis vítimas veladas na Arena Suzano receberam coroas de flores e as condolências de parentes e amigos. Passaram pelo local o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, e o ministro da Educação, Vélez Rodríguez. Eles saíram sem dar declarações à imprensa. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apesar de confirmar presença, não compareceu à cerimônia.

Muito emocionada, a estudante Khadja Ribeiro, de 16 anos, esteve no local. Desde o ataque, na última quarta-feira (13/3), ela só pensa em uma coisa: “Poderia ter sido eu”.

Ela conhecia os atiradores Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25. Durante a infância, brincavam na Rua Alameda Meyer Joseph Nigri. “Eles não aparentavam nenhuma anormalidade. Fico pensando o que levou os dois a cometer uma atrocidade dessas. Meus pais poderiam estar chorando agora”, lamentou a estudante do segundo ano do ensino médio.

Ayme de Carvalho, 18, foi categórica ao afirmar que esse é o pior momento da história da cidade e se pergunta o que poderia ter sido feito para evitá-lo. “Os meninos que mataram não estavam bem e ninguém percebeu, ninguém ajudou. Isso poderia ter sido evitado. A união das pessoas poderia ser para evitar as mortes, não para chorar por elas”, ponderou.

Os corpos das duas funcionárias e de quatro estudantes do ensino médio chegaram por volta de 6h10 da manhã desta quinta-feira (14). Eles serão enterrados a partir das 15h, no Cemitério Municipal São Sebastião.

Entenda o massacre em Suzano
A escola de Suzano, onde ocorreu o massacre, fica a cerca de 50 quilômetros da capital, São Paulo, e tem ensino fundamental e médio, além de um centro de línguas. Lá, estudam cerca de mil alunos, e trabalham 121 funcionários.


Vítimas
Entre as vítimas estão duas funcionárias da instituição de ensino, Marilena Ferreira Vieira Umezo e Eliana Regina de Oliveira Xavier. Cinco jovens, todos estudantes do ensino médio, e um comerciante da região também perderam a vida no ataque.

Caio Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro, Douglas Murilo Celestino, Kaio Lucas da Costa Limeira, Samuel Melquíades Silva Oliveira estavam no pátio, durante o intervalo das aulas, quando foram surpreendidos pelos tiros.

Jorge Antônio Moraes, dono de uma locadora de veículos que fica ao lado do colégio, foi o primeiro a ser atingido pelos atiradores. Ele seria tio de Guilherme. Jorge foi socorrido e levado ao hospital municipal de Suzano, mas não resistiu.

Durante coletiva de imprensa, o comandante da PM de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou que os agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, impediram que os criminosos entrassem em uma sala de aula e atirassem contra outros 10 alunos, que se escondiam no espaço.

Vídeos
Minutos após o ataque, um cenário de horror se formou no colégio Raul Brasil. As imagens mostram alunos caídos no chão e uma grande quantidade de sangue espalhada pelo local. Na gravação, é possível ver ao menos cinco corpos nos corredores da escola.

Estudantes correm pelo pátio, gritando em direção à pessoa que está gravando. Em desespero, uma aluna pede socorro. “Me ajuda, meu Deus”, berrou, ao sair correndo.

 

Imagens gravadas por câmeras de segurança na rua da escola filmaram o momento em que os dois atiradores estacionaram um Ônix branco em frente ao colégio e entraram para cometer o massacre. O vídeo foi divulgado pelo site O Antagonista.

Nas imagens, é possível ver o carro estacionando em frente ao portão de entrada da escola. Logo em seguida, o passageiro desce do veículo e parece conversar com o motorista. Com uma mochila nas costas e carregando algo nas mãos, ele deixa a porta por onde saiu aberta e dá a volta por trás do automóvel, parando ao lado da janela do condutor.

O rapaz parece continuar o diálogo com o motorista do carro por alguns instantes, em seguida se vira e entra na escola. O condutor demora no veículo por alguns minutos, mas logo sai com certa pressa e atravessa o portão do colégio. Assim como seu comparsa, ele levava uma mochila nas costas e carregava algo nas mãos. Em poucos segundos, vários adolescentes aparecem fugindo.

Após os assassinatos, Guilherme Taucci Monteiro, o mais novo, matou Luiz Henrique de Castro e cometeu suicídio.

 

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