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Mulheres usam as redes sociais para relatar casos de estupro

Casos estão sendo utilizados para dar visibilidade à campanha contra a “cultura do estupro”

atualizado

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Reprodução/Facebook
Clara Averbuck
1 de 1 Clara Averbuck - Foto: Reprodução/Facebook

Após o caso do estupro coletivo de uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro, mulheres foram às redes sociais para relatar casos de violência sofridos por elas. A tônica dos relatos traz, sobretudo, revolta com a reação de setores da sociedade que culpam a própria mulher, vítima de violência, pelos casos e denunciam a “cultura do estupro”.

Esses relatos repercutiram e foram compartilhados algumas dezenas de milhares de vezes. Foi o caso de um post escrito por Sabrina de Campos. Ela relatou como foi violentada por um homem em uma motocicleta e todas as barreiras que enfrentou desde o tratamento médico que se seguiu até a dificuldade de relatar o caso a policiais homens, muitos deles desconfiados que a narrativa não fosse verdadeira.

“Mas também tive azar! De passar por 5 delegacias, fazer um exame horrível no IML e ter que contar o crime a homens policiais, delegados, que desconfiaram de mim. Por que? Porque o desgraçado era informante da polícia”, contou ela no post que, às 15h30 deste domingo, já tinha mais de 37 mil compartilhamentos.

Na sequência, ela detalha toda a opressão que sofreu na igreja que ela e sua família frequentavam porque, após o estupro, ela supostamente não seria mais “pura” segundo os ditames dos líderes religiosos. Segundo ela, “em vez de me defenderem, me afundaram numa depressão juvenil com seus julgamentos”, contou.

Outro relato partiu da escritora Clara Averbuck (foto no alto da página), que contou ter sido estuprada em uma festa de alunos de uma escola particular. Com isso, pretendia desconstruir o discurso segundo o qual o estupro da menina carioca, ocorrido em uma favela, teria sido motivado por uma suposta “cultura da favela” ou da “música funk”. “Então, se for pra apontar o dedo, meçam bem se não estão apenas aproveitando pra jogar o preconceito pra onde convém”, criticou.

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