Mulheres terão pasta separada de Direitos Humanos, diz ex-ministra
Eleonora Menicucci, ex-ministra de Dilma Rousseff, disse que ministérios serão desmembrados no terceiro mandato de Lula (PT)
atualizado
Compartilhar notícia
A ex-ministra Eleonora Menicucci, que comandou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres no governo Dilma Rousseff (PT), disse nesta quarta-feira (30/11) que o Ministério das Mulheres será uma pasta independente no terceiro governo Lula. Segundo ela, a separação dos ministérios será uma das primeiras medidas sugeridas pelo grupo temático (GT) de Mulheres da transição.
“Primeiro é revogar o nome de Ministério da Família, dos Direitos Humanos e passar a Ministério das Mulheres, Ministério da Igualdade Racial e Ministério dos Direitos Humanos e da Juventude. Eram as secretarias”, disse ela ao chegar às instalações do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Sobre o orçamento da pasta, a ex-ministra não falou em números e lembrou que “não está fácil” em matéria orçamentária para o governo eleito. “Nós vamos propor a volta dos recursos que tínhamos quando fomos golpeados”, se limitou a dizer. Eleonora Menicucci esteve à frente da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que tinha status de ministério, entre 2012 e 2015.
Ex-ministra chama Janja de “parceira”
Eleonora chamou a futura primeira-dama, a socióloga Janja, de “parceira”. Na terça-feira (29/11), Janja se reuniu com o GT de Mulheres no CCBB. Na ocasião, a primeira-dama reforçou o compromisso de Lula com o tema e recebeu o diagnóstico inicial feito pela equipe.
De acordo com o GT, o corte no orçamento da pasta promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL) coloca em risco o funcionamento do Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher, que atende vítimas de violência.
O orçamento para a área em 2023 é de R$ 23 milhões, dos quais R$ 13 milhões estão destinados à Casa da Mulher. Outros R$ 10 milhões estão pulverizados em diversas ações que não estão exclusivamente destinadas às mulheres.
Para Eleonora, o relatório que será apresentado nesta quarta mostra “um desmonte incalculável, um desmonte no âmbito das políticas públicas, um desmonte no âmbito orçamento e um desmonte no âmbito da mudança de concepção de mulher para família”.