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Mulheres são processadas por cortar à força cabelo de jovem negra

Elas se tornaram rés pelo crime de injúria e lesão corporal. Promotora pede indenização para a criança por dano moral

atualizado

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Reprodução/CEERT
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1 de 1 menina-negra - Foto: Reprodução/CEERT

A Justiça aceitou denúncia contra cinco mulheres acusadas de cortar à força e de forma humilhante os cabelos de uma menina negra de 9 anos, em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. Conforme nota divulgada nessa terça-feira (19/11/2019), pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), elas se tornaram rés pelo crime de injúria e lesão corporal.

Na ação, a promotora de Justiça Flávia Flores Rigolo pede também que seja fixada indenização por dano moral à criança e à mãe dela.

Conforme a denúncia, em dezembro de 2017, Adriana Alves da Silva, Joseli Alves Ferreira, Josélia Alves da Silva, tias da vítima, Nataly Alves da Silva Moreira, prima da criança, e Mayara dos Santos Niculau, esposa de um primo da menina, colocaram a menina em uma cadeira e, sem seu consentimento, cortaram os cabelos dela de forma desordenada.

Durante o corte, as rés puxaram os cabelos com força e fizeram cortes rentes com uma tesoura, produzindo lesões no couro cabeludo.

Para humilhar a garota e rebaixar sua dignidade, as rés chamaram a criança de “macaquinha” e disseram que o cabelo dela era “podre”, fazendo referência, de forma pejorativa, à cor da pele e à etnia da criança.

Na sequência, Adriana telefonou para a mãe da criança, sua irmã, e afirmou que a menina era uma “neguinha de cabelo podre”. Para a promotora, ao proferir ofensas à honra da garota, a mulher atingiu também a dignidade da própria irmã, que também é considerada vítima na ação penal.

Após ser inteirada do acontecido pela própria irmã, a mãe da menina foi ao local e se deparou com a menina chorando, com os cabelos retalhados e dor no couro cabeludo. A mãe registrou queixa na Polícia Civil. A criança passou por exame de corpo de delito.

No inquérito, as mulheres admitiram terem cortado o cabelo da menina, mas negaram a violência e os ataques injuriosos. A reportagem não conseguiu contato com o advogado que defende as acusadas.

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