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GO: mulheres responderão por racismo após ofensas a nordestinos; ouça

Investigadas ofenderam moradores de Cachoeira Alta (GO) que são do Nordeste após o primeiro turno das eleições: “Povo vagabundo”, disse uma

atualizado

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1 de 1 racismo nordestinos cachoeira alta goias - Foto: Reprodução/WhatsApp

Três mulheres foram indiciadas por racismo contra nordestinos em Cachoeira Alta, no sul de Goiás. As ofensas foram cometidas em um grupo de WhatsApp bolsonarista no dia do primeiro turno das eleições de 2022 e a conclusão da investigação da Polícia Civil foi nesta sexta-feira (7/10).

Em áudios por aplicativo, as investigadas ofenderam os nordestinos que vivem no pequeno município de cerca de 13 mil habitantes.

Ouça os áudios:

O ex-presidente Lula teve uma boa votação na cidade, com 46,65% dos votos válidos, quase empatando com Bolsonaro, que saiu na frente, com 47,24%.

“Daqui 10 anos, não tem mais cachoeira-altense, a gente vai ser a minoria aqui, negócio de 15%, 20%. Cachoeira (Alta) está cheio de nortista filho de uma p*ta, que está lá comendo calango no sol do meio-dia e vem para cá andar de carro. Vem para cá desfrutar da nossa estrutura, viver vida de gente, enquanto que lá eles têm vida de cachorro”, diz uma das investigadas em um áudio.

“Esses comedores de calango tinham que voltar para lá. Se eles gostam de calango, volta para lá. Tem que mandar explodir aquela b*sta daquela parte do Nordeste. Povo vagabundo, quer ficar vivendo com esse Bolsa Família deles de 60 reais, cambada de preguiçoso”, disse outra investigada.

Indignação

As ofensas racistas no grupo de WhatsApp causaram indignação. Logo os áudios se espalharam e houve reação por parte dos nordestinos de Cachoeira Alta, que chegaram a organizar carreatas e manifestações contra o preconceito, segundo o bacharel em direito, Wesdras Benvindo.

As três pessoas indiciadas são uma funcionária do Ministério Público, uma funcionária de uma loja de material de construção e uma funcionária de um hospital, segundo Wesdras. Os nomes não foram divulgados pela polícia.

Cerca de 20 pessoas foram até a delegacia da cidade para registrar um boletim de ocorrência. O delegado Márcio Henrique Marques disse ao Metrópoles que o inquérito foi concluído e será remetido ao judiciário nesta sexta-feira (7/10), com o indiciamento das três mulheres por racismo.

Diferente de injúria racial, o crime de racismo é quando as ofensas atingem não só um indivíduo, mas toda uma coletividade. A pena é de um a três anos e multa. A reportagem tenta localizar a defesa das mulheres indiciadas.

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