metropoles.com

Mulheres pretas têm mais dificuldade de comprar o que desejam

Pesquisa revela que disparidade econômica entre população negra feminina e outras parcelas da sociedade causa “dismorfia financeira”

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
Foto colorida de mulher preta em cafeteria segurando cartão de crédito apresentando agustia - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mulher preta em cafeteria segurando cartão de crédito apresentando agustia - Metrópoles - Foto: Getty Images

Uma pesquisa de 2023, realizada pelo banco digital Will Bank, aponta que mulheres pretas e pardas têm uma visão distorcida de sua realidade financeira, sendo mais difícil para esse grupo comprar aquilo que deseja. Segundo o levantamento, a responsável por esse comportamento é algo denominado como “dismorfia financeira”, que associa diferenças socioeconômicas entre gênero e raça ao sentimento de não pertencimento a espaços sociais e de consumo.

O estudo aponta que 67,1% das mulheres negras da classe D e E demoram mais tempo para comprar o que desejam. Além disso, 74,3% das entrevistadas afirmaram sentir, com grande frequência, que outras pessoas ganham, de maneira mais fácil, coisas que, para elas, demandam maior esforço para serem conquistadas.

Mila Gaudencio, economista, educadora financeira e consultora do Will Bank, explica que, apesar do aumento do debate sobre as problemáticas sociais advindas do racismo estrutural, as mulheres negras continuam ocupando espaços desprivilegiados. Para ela, o poder aquisitivo se tornou uma das principais ferramentas de autonomia e empoderamento para o grupo.

“Para reduzir a dismorfia financeira no Brasil é necessário incluir no sistema financeiro os perfis mais vulneráveis”, afirma Mila. O estudo ainda pontua que apenas 9,1% das entrevistadas declararam já ter pedido um empréstimo para um banco por meio de um gerente ou atendente – número que é de 24,1% para homens brancos da classe A e B.

Mila ainda acredita que, para compreender as desigualdades atuais e se tornar uma agente de mudança, é preciso relembrar a história da negritude feminina brasileira. “No Julho das Pretas, [promovido pelo Will Bank] Tereza Benguela [líder quilombola do século 19], ao lado de outras importantes figuras, traz a lembrança de que a mulher negra tem em sua ancestralidade a liderança, a estratégia e a habilidade para lidar com dinheiro.”

Diferença de salário

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 havia uma diferença de 38,4% entre o salário das mulheres negras em relação às não negras. Quando se compara com a renda masculina branca, a diferença se agrava, chegando a uma desigualdade de mais de 50% entre as remunerações.

 

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?