Mulheres ocupam a Avenida Paulista para pedir justiça por Mari Ferrer
Humilhação de jovem em audiência judicial iniciou onda de indignação no país. No DF, também houve protesto
atualizado
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São Paulo — Silenciosa durante a maior parte deste período pandêmico, a Avenida Paulista, no coração da maior cidade no país, volta a ser palco de protestos neste domingo (8/11). Manifestantes, a grande maioria mulheres, ocuparam o asfalto nesta tarde para pedir justiça por Mariana Ferrer, jovem de 23 anos que se tornou um símbolo da luta contra o machismo depois que a humilhação que sofreu num processo de denúncia de estupro se tornou pública.
Paulistanas e visitantes enfrentaram o calor na tarde deste domingo com a sensação de que é necessário não se calar. “Ninguém aqui ignora a pandemia, é uma preocupação. Mas é uma preocupação maior ainda a violência diária que as mulheres sofrem e a falta de justiça. É urgente estar aqui”, justifica a estudante Pâmela Garcia, 19 anos, que foi até a manifestação acompanhada pela mãe, Dora, de 49 anos.
“Lá em casa, o feminismo vem do berço. Estou aqui porque quero que seja assim em mais casas. Para que não tenhamos mais Marianas chorando”, complementou ela, que vive em Guarulhos, na grande São Paulo, e levou pouco mais de uma hora para chegar ao local do protesto.
Veja imagens do protesto:
A influenciadora digital Mariana Ferrer denunciou ter sido vítima de estupro em 2018, dizendo acreditar ter sido dopada em uma festa antes de ser abusada pelo empresário André de Camargo Aranha.
O caso se tornou célebre depois que o The Intercept Brasil tornou público um vídeo de audiência em que Mari é humilhada pelo advogado do réu, Claudio Gastão da Rosa Filho.
É pelo que Mariana passou nessa audiência que milhares de mulheres protestam neste domingo em várias cidades do país. No DF, mulheres, com cartazes, fizeram manifestação na Rodoviária do Plano Piloto na manhã deste domingo.
O acusado acabou absolvido no processo, mas agora cada vez mais vozes se unem pelo Brasil para pedir uma reparação e justiça para a vítima. Até agora, a Polícia Militar paulista acompanha de perto o protesto sem casos de violência ou enfrentamento. As mulheres puxam gritos de guerra contra o machismo e em meio aos pedidos por justiça.