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Mulheres com deficiência têm mais risco de serem vítimas de violência

No geral, incidência de agressões é duas vezes maior entre mulheres com deficiência do que entre homens do mesmo grupo

atualizado

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Paulo H. Carvalho/Agência Brasil
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1 de 1 Imagem mostra mão espalmada com x em vermelho - Metrópoles - Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasil

As taxas de violências contra mulheres com deficiência são mais de duas vezes superiores às de homens do mesmo grupo.

A cada 10 mil mulheres com deficiência intelectual, ao menos 57 foram vítimas de violências em 2019, período mais recentes com esse recorte de dados. No caso de pessoas do sexo masculino com a mesma condição, a taxa de notificações de agressões é de 21,9 por 10 mil.

Entre as mulheres com deficiências física, auditiva ou visual, as taxas de violência são de 17,8, 5 e 1,6 por 10 mil, respectivamente.

Por sua vez, 7,3 homens com deficiência física, 2,3 com deficiência auditiva e 1,2 com deficiência visual sofreram algum tipo de violência, em taxas a cada grupo de 10 mil pessoas.

Os dados foram analisados em estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A publicação serviu de base para capítulo do Atlas da Violência 2021, elaborado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Para fazer essa taxa, o estudo considerou o tipo de deficiência (intelectual, física, auditiva ou visual) e sexo (masculino e feminino).

Ao todo, foram registrados 7,6 mil casos de violências contra pessoas com deficiência, em 2019, no sistema Viva-Sinan, do Ministério da Saúde. Esses são os dados mais recentes consolidados.

Desse total, 4,85 mil são mulheres e 2,75 mil, homens.

Violência doméstica

Entre os contextos de violência, a doméstica é a principal agressão contra pessoas com deficiência, respondendo por 58% das notificações.

Em termos de sexo, as agressões em casa são ainda mais expressivas entre as mulheres (61%).

No estudo, os pesquisadores do Ipea apontam que a notificação de violência doméstica é alta, “mesmo considerando os obstáculos à notificação relacionados à natureza privada do local de ocorrência, à dinâmica do poder familiar ou tutelar e às relações de afeto entre vítima e agressor”.

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“Em termos de políticas públicas, isso é um alerta também para as equipes da Estratégia Saúde da Família, para os Conselhos Tutelares e para as escolas”, avaliam os estudiosos.

Vítimas jovens

Quanto à faixa etária, de forma geral, a maior concentração de notificações é para vítimas de 10 a 19 anos, caindo mais ou menos gradativamente com o aumento da idade.

“Chama atenção que há mais casos notificados de violência contra mulheres (4.540) do que contra homens (2.572), em todas as faixas etárias, exceto na faixa de 0 a 9 anos (293 contra 332)”, aponta o relatório publicado no Atlas da Violência 2021.

O tipo de violência mais notificado é a física, presente em 53% dos casos, seguida da psicológica (32%) e de negligência e abandono (30%).

Em termos de sexo, as proporções de violência psicológica e sexual são mais altas para mulheres (36% e 28%, respectivamente) que para homens (26% e 10%).

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