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Mulher trans morreu por inalação de fumaça tóxica em clínica de SP

Lorena Muniz estava sedada para cirurgia de implante de silicone quando começou incêndio. Polícia investiga o caso como homicídio culposo

atualizado

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Lorena Muniz
1 de 1 Lorena Muniz - Foto: Reprodução/Instagram

Prontuário médico do Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital paulista, aponta que a morte da transexual Lorena Muniz , 25 anos, pode ter sido causada pela inalação de fumaça tóxica durante o incêndio que atingiu a clínica de estética onde ela estava sedada à espera da cirurgia para colocar próteses de silicone nos seios.

O caso ocorreu no dia 17 de fevereiro, no Centro de São Paulo. O prontuário foi obtido pelo portal G1.

“Paciente sedada em mesa cirúrgica para procedimento, inalou fumaça, teve parada cardiorrespiratória de 17 minutos no total”, informa trecho do prontuário médico sobre Lorena e que está com os parentes dela. “Causa (s) possível do óbito: intoxicação por monóxido de carbono e cianeto, encefalopatia anóxia secundário por parada cardiorrespiratória.”

Em razão da intoxicação, Lorena ficou sem oxigenação no cérebro e teve uma parada cardiorrespiratória por 17 minutos. Ela ainda ficou com o nariz e a orelha queimados, provavelmente pelas chamas. A morte cerebral da paciente só foi confirmada cinco dias depois, no domingo (21/2), pelo Hospital das Clínicas.

Ainda é aguardado o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que vai apresentar a causa oficial da morte de Lorena. A Polícia Civil vai incluir o resultado no inquérito que investiga o caso como incêndio e homicídio culposo, crime no qual não há intenção de matar.

Na terça-feira (23/2), a deputada estadual Erica Malunguinho e a vereadora Erika Hilton, ambas mulheres trans filiadas ao PSol, se reuniram com a Defensoria Pública e pediram que o Ministério Público acompanhe as investigações sobre o caso.

O que diz a clínica

A clínica nega omissão de socorro em relação a Lorena e alega que seguiu orientações da Polícia Militar de que a remoção da paciente teria de ser feita pelo Corpo de Bombeiros.

O local não tem aval dos bombeiros para funcionar. No sistema da corporação não há registro do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Esse documento é exigido para garantir que o imóvel tem os equipamentos adequados para o combate a incêndios.

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