Goiânia – Betânia Lima Guarda, de 29 anos, que foi parar em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após um preenchimento no rosto e no bumbum, na capital goiana, recebeu alta hospitalar na manhã deste sábado (1°/7). A mulher celebrou a saída do hospital com uma publicação nas redes sociais.
“Receber alta para mim foi uma mistura de felicidade com gratidão. Muita gratidão a Deus por está viva e agora junto com meu filho”, disse Betânia.
Em uma das postagens de comemoração, Betânia usou a legenda “Obrigada, Deus” e em outra agradeceu poder ficar próxima ao filho com o texto “Meu tudo”.
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Betânia teve alta da UTI na quinta, 29
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Esteticista aplicou “ácido hialurônico" no bumbum da jovem
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Betânia está internada desde a última sexta-feira (23/6)
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Betânia está internada desde a última sexta-feira (23/6)
Na quinta-feira (29/6), ela recebeu alta da UTI. “Estou me recuperando bem, tive alta da UTI. Obrigada por cada oração”, disse ela, na ocasião. “Tive uma melhora muito boa do meu quadro clínico, melhora bem significativa. Infelizmente, eu acabei nas mãos de uma pessoa bem irresponsável“, lamentou Betânia também em vídeo nas redes sociais.
O laboratório Cosmobeauty, responsável pelo produto de preenchimento que pode ter causado complicações em pelo menos quatro mulheres – algumas delas chegaram a ficar em estado grava em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – emitiu um comunicado solicitando o recolhimento do lote. De acordo com a empresa, o produto será encaminhado para análise de pesquisa.
“Solicitamos que distribuidores e parceiros entrem em contato com o departamento técnico para receber todas as instruções e orientações devidas para o envio/troca do lote”, diz o comunicado do laboratório. O documento pede ainda a suspensão da comercialização do produto.
A substância utilizada nos procedimentos é um composto de ácido hialurônico reticulado e hidroxiapatita de cálcio, descrito como um “ácido hialurônico com um bioestimulador”. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto teve a notificação como cosmético cancelado em junho do ano passado. Por isso, teve o recolhimento ordenado pelo órgão, já que não pode ser vendido e nem utilizado.
Outras vítimas
O produto utilizado para fazer o procedimento, em uma clínica de estética de Goiânia, não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização. A esteticista que realizou o procedimento chegou a dizer em áudios que nunca havia usado a substância.
A Polícia Civil iniciou investigação sobre a regularidade do produto e encontrou inconsistência nas informações apresentadas pelo fabricante. “As pesquisas iniciais que nós fizemos deram conta de que o produto tinha uma numeração na caixinha dele, mas que não correspondia a ele mesmo. E que o próprio produto, aquele que está sendo comercializado, seria uma proibição da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], inclusive com ordem de recolhimento”, detalhou a delegada responsável pelo caso, Emília Podestà.
De acordo com a delegada Emília, outros dois casos envolvendo mulheres que fizeram uso do mesmo produto estão em apuração. As vítimas apresentaram os mesmos sintomas de Betânia, após a aplicação do produto.
A segunda vítima é uma mulher de 41 anos, que teve complicações após a aplicação do produto. Ela foi encaminhada para um hospital, onde ficou internada por dois dias. No entanto, ela apresentou melhoras e se recupera em casa.
A terceira vítima, também moradora de Aparecida de Goiânia, prestou depoimento por vídeochamada por estar internada. “O caso dessa terceira vítima foi um pouco mais grave, ela teve sete paradas cardiorespiratórias, ficou internada na UTI, foi extubada, mas segue internada”, contou a delegada.
Uma quarta vítima foi identificada no Paraná. Segundo a polícia, ela passou mal após fazer um procedimento do mesmo produto e precisou ser internada. Apesar de já ter recebido alta do hospital, continua tendo dificuldades para respirar.