Mulher que “chicoteou” entregador com coleira depõe durante 3h no Rio
A mulher é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após ser filmada agredindo um entregador com um coleira de cachorro
atualizado
Compartilhar notícia
A ex-atleta de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá prestou depoimento por quase três horas, nesta segunda-feira (17/4). A mulher é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após ser filmada agredindo um entregador com um coleira de cachorro.
De acordo com informações do jornal O Globo, a mulher chegou à delegacia por volta das 13h50. Ela se limitou a dizer à imprensa que não teria nada para falar. O advogado que a acompanhava, Roberto Butter, também não comentou.
Na última quarta-feira (12/4), Sandra havia sido intimada a comparecer à 15ª DP (Gávea) a fim de prestar depoimento. Ela, porém, faltou à convocação, sob a alegação de “questões médicas”.
Entenda o caso
Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra a ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá agredindo e perseguindo dois entregadores negros no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro no início de abril.
Nas imagens, ela reclama que os entregadores estavam andando de moto sobre a calçada. Enquanto segura a coleira do cachorro, Sandra discute com uma entregadora e a ameaça diversas vezes.
“Tu não está na favela, filha da p*ta. Tu está aqui. Quem paga IPTU aqui sou eu. Espera”, ameaça. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que o entregador Max Ângelo dos Santos foi vítima de agressão com uma coleira de cachorro.
Vítima presta depoimento
Na semana passada, o entregador Max Ângelo dos Santos prestou depoimento. “Nem animal é tratado daquele jeito”, afirmou ao portal G1, assim que chegou à delegacia.
Na entrevista, o homem questionou o porquê da mulher ter se sentido autorizada a agredi-lo. “Será que porque ela mora em São Conrado e paga imposto caro, ela acha que pode fazer isso?”, perguntou.
“Eu também pago os meus impostos. Aquilo que ela fez não se faz nem com cachorro. Ela não está lidando com animal, e sim ser humano. Eu sou ser humano e sangro como ela. Ela não veio e fico triste [com essa situação], porque é a chance dela de se defender. Isso só cabe a ela se defender”, afirmou.
