Mulher que chicoteou entregador alega ser prima do governador do Rio
Mulher insinuou às vítimas que sairia impune devido às ligações de parentesco com “pessoas poderosas”. Porém, o governo do Rio nega
atualizado
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A mulher flagrada agredindo um entregador negro com uma coleira de cachorro, nesse domingo (9/4), alegou ser prima do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
De acordo com relatos dos entregadores agredidos e ofendidos, Sandra Mathias Correia de Sá insinuou que sairia impune por ter contato familiar com pessoas poderosas, entre elas um delegado da Polícia Federal e o governador do Rio.
“Ela falava que era irmã de um delegado da Polícia Federal, que era influente e que nada iria acontecer porque era prima do governador Cláudio Castro”, disse o homem “chicoteado”, Max Angêlo dos Santos ao G1.
No entanto, o governo do Rio desmentiu as alegações de Sandra e negou qualquer parentesco entre a ex-jogadora de vôlei e o governador Castro. Inicialmente, a informação foi divulgada pelo G1 e checada pelo Metrópoles. Mais cedo, laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou as lesões sofridas por Max.
Sandra foi intimada, nesta terça-feira (11/4), a comparecer à 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) por causa de duas novas acusações: injúria racial (com pena de 2 a 5 anos de prisão) e lesão corporal (com pena de detenção de 3 meses a 1 ano) contra dois entregadores negros.
Entenda o caso
A ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá agrediu e perseguiu dois entregadores negros no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro. O incidente aconteceu nesse domingo (9/4).
Ela foi flagrada reclamando que os entregadores estavam andando de moto na calçada. Sandra discutiu e, por diversas vezes, ameaçou outra entregadora enquanto segurava a coleira do cachorro. “Tu não está na favela, filha da p*ta. Tu está aqui. Quem paga IPTU aqui sou eu. Espera”, ameaça.
Momentos depois, ela parte para cima de outro entregador e chega a tirar a coleira do cachorro para bater nele, dando uma espécie de chicotada.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, chamou a agressão de “desumanização dos corpos” provocada pelo racismo. Ela acrescentou que a pasta acompanhará o caso e ajudará as autoridades na investigação.