Mulher que agrediu entregadores diz à polícia ter sido vítima de homofobia
Em depoimento, ex-atleta nega racismo contra entregadores, diz ter sido alvo de homofobia e que golpes de coleira foram “para se defender”
atualizado
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Acusada de agredir entregadores, a ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá alegou ter sido vítima de homofobia, negou a acusação de racismo e relatou que os golpes desferidos com a coleira foram para “se defender”. Ela prestou depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (17/4). As informações são do g1.
A oitiva ocorreu na 15ª DP, na Gávea, bairro do Rio de Janeiro. Após prestar testemunho, Sandra Mathias teria seguido para o Instituto Médico-Legal (IML), na companhia do advogado, para realizar o exame de corpo de delito. A nutricionista foi liberada 20 minutos depois.
Segundo a ex-atleta, a desavença com os entregadores, agredidos por ela no dia 9 de abril, teria começado cinco dias antes, em 4 de abril. Max Angelo, um dos trabalhadores, teria passado perto dela com uma bicicleta, o que era considerou um desrespeito. A professora de vôlei, então, teria se dirigido ao estabelecimento onde Max trabalha e requisitado um número de telefone para fazer uma reclamação. Enquanto fazia a ligação, que não foi atendida, o entregador teria dito “palavras homofóbicas e provocativas”.
Sobre o dia da agressão, Sandra relatou que passeava na calçada com a cachorra quando Viviane, entregadora, teria começado a ofendê-la com frases como “Eu vou te amassar. Você é fraquinha. Vou te quebrar, sua velha”. Max, também presente, teria endossado a colega de trabalho. Ela conta que as agressões seriam motivadas pelas reclamações feitas por ela sobre a bagunça na região e por já ter acionado a Guarda Municipal diversas vezes.
Sandra assume que, após as ofensas, decidiu desferir um soco em Viviane. Em seguida, a entregadora teria dado chutes nela enquanto Max a segurava. A ex-atleta, naquele momento, teria caído da escada e agarrado a perna da mulher, mas não teria mordido, como alega Viviane. Para se “defender da covardia”, a nutricionista recorreu à guia da cachorra para golpear a dupla.
A esportista reiterou que não proferiu ofensas de cunho racista e alegou sempre ter sido alvo de falas homofóbicas por parte dos entregadores locais. O depoimento foi encerrado após três horas. Questionado pelo g1, Roberto Duarte Butter, advogado de defesa de Sandra, não comentou o caso por dizer que o processo corre em sigilo. titular da 15ª DP, a delegada Bianca Lima desmentiu a informação.