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Mulher presa em cela no Ceará pediu socorro em carta: “Me tire daqui”

Caso foi divulgado pela Polícia Civil na quinta-feira (12/8), data em que o autor do crime foi detido no Crato (CE)

atualizado

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Arquivo Pessoal
Bilhete escrito por uma das vítimas e entregue a uma familiar
1 de 1 Bilhete escrito por uma das vítimas e entregue a uma familiar - Foto: Arquivo Pessoal

Uma das 33 mulheres aprisionadas em celas na cidade do Crato, no Ceará, pediu socorro por meio de um bilhete. Na mensagem, ela dizia estar sendo violentada. O caso foi divulgado pela Polícia Civil na quinta-feira (12/8), data em que o autor do crime, identificado como Fábio Luna dos Santos, foi detido.

Depois de receber a carta escrita por uma das vítimas e entregue a uma familiar, a polícia começou a investigar o homem, que dizia ser diretor de uma clínica de repouso. De acordo com a Polícia Civil, as mulheres tinham entre 30 e 90 anos de idade e sofriam maus-tratos e abuso sexual.

No bilhete, a vítima pede ajuda e revela que está sendo violentada. “Diga a *** [irmã da vítima] que estou sofrendo abuso sexual. Manda ela vir me tirar. Manda ela fingir que não tenho nada. Para mim (sic) poder sair. Sou eu e minha amiga que ‘está ‘ sofrendo. Urgente. Me tire daqui. Manda ela pegar o dinheiro. Depois eu pago a ela, vem logo por favor “, escreveu.

Bilhete escrito por uma das vítimas e entregue a uma familiar
Bilhete escrito por uma das vítimas e entregue a familiar

O conteúdo da carta foi divulgado pelo portal G1. A familiar da vítima entregou a carta à polícia e, chegando ao local, os agentes constataram que todas as mulheres estavam vivendo em celas, sem condições sanitárias básicas.

“O local não tinha nenhuma condição de funcionamento. Constatamos que essas mulheres estavam em condições subumanas e imediatamente acionamos o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), Centro de Referência da Mulher do Crato (CRM) e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para o acompanhamento dessas vítimas”, explicou a delegada Kamila Brito, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Crato.

À polícia o homem negou a prática de abuso sexual e maus-tratos e disse que as celas eram trancadas apenas durante a noite, para garantir a segurança da mulheres. No entanto, a apuração dos agentes apontou que as vítimas estavam em situação de debilidade e eram impedidas de sair das celas.

“Há indícios ainda que, em algumas ocasiões, as mulheres sofriam agressões físicas. As apurações também visam identificar se o investigado ministrava remédios sem orientação médica”, informou a polícia.

Fábio foi preso preventivamente e autuado em flagrante pelos crimes de maus-tratos e cárcere privado. “Ainda será investigada uma possível apropriação indevida de benefícios das vítimas e lesões”, concluiu a corporação.

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