Mulher multada em processo após vídeo no TikTok: “Não me arrependi”
Esmeralda Mello disse que está “fazendo do limão uma limonada” após ter sido multada por fazer post com testemunhas de processo trabalhista
atualizado
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São Paulo – Esmeralda Mello, de 21 anos, ficou conhecida após postar um vídeo no TikTok que causou a suspensão de uma indenização determinada pela Justiça do Trabalho de São Paulo. A ex-funcionária falou sobre a publicação na rede social que resultou em multa e na anulação dos relatos das testemunhas na ação contra uma joalheria de São Paulo.
“Não me arrependi da postagem, mas ela teve uma repercussão que eu não esperava”, disse Esmeralda ao G1. “Mas estou encarando tudo isso numa boa. Como diz o ditado: fazendo do limão uma bela limonada”, complementou.
O vídeo mostra Esmeralda dançando ao lado de duas outras mulheres que testemunharam a favor dela em uma ação contra a joalheria que ela trabalhava em São Paulo. “Eu e minhas amigas indo processar a empresa tóxica”, diz a legenda do post.
Veja o vídeo que motivou multa:
Multa
As imagens foram divulgadas na rede social no mesmo dias que as testemunhas prestaram depoimento.
A empresa processada alegou que o post era uma prova de que a ex-funcionária era amiga das testemunhas, contrariando os critérios da legislação brasileira para testemunhar.
A Justiça anulou os depoimentos e multou Esmeralda e as duas mulheres por litigância de má-fé (conduta abusiva ou corrupta).
Colegas
Esmeralda entrou com ação no fim do passado para pedir o reconhecimento de vínculo empregatício, dano moral pela omissão do registro e dano moral por tratamento humilhante no ambiente de trabalho. Ela afirmou que o vídeo foi publicado depois da audiência, em novembro.
“As duas são minhas colegas de trabalho e não se usa esse termo na internet. Nem sei o que deu de postar esse vídeo, mas não ia colocar na legenda ‘eu e minhas colegas’. Coloquei amigas. Amigo é um termo muito comum de ser usado”, disse ao G1.
Direitos trabalhistas reconhecidos
Mesmo anulando as testemunhas, a Justiça do Trabalho condenou a joalheria a pagar direitos trabalhistas como 13º salário proporcional (1/12), férias proporcionais (1/12) com acréscimo de 1/3, FGTS e multa de 40%.
“Eu nem sei dizer se valeu ou não a pena entrar com essa ação. As questões trabalhistas eu recebi no ano passado. Mas a indenização não teve”, avaliou Esmeralda.
Sobre a multa ela explicou: “Esse dinheiro que eu vou pagar não tem nada a ver com a empresa. Vou dar pra Justiça, mas o valor não é alto. Ainda não tenho prazo sobre o pagamento”.