Mulher mantém santuário com cerca de 300 animais resgatados
Nana estima que aproximadamente mil animais já passaram pelo santuário Animal Sente, em Cotia (SP). Local foi criado em 2014
atualizado
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A artista plástica Nana Indigo, de 50 anos, dedica seus dias a um propósito nobre: resgatar e acolher animais. Desde 2014, quando fundou o Santuário Animal Sente, Nana já ajudou cerca de mil animais, desde chinchilas e patos até porcos e bois.
Ela e seus dois filhos administram uma chácara em Cotia (SP), local que abriga 300 animais hoje. “A rotina do santuário é extenuante, embora seja também muito amorosa, porque nós tratamos o santuário como uma extensão do nosso amor, do nosso coração, do nosso carinho”, conta.
“É como se fosse uma família grande demais. Uma família esgota a gente no nível emocional, deixa a gente muito preocupado o tempo todo, eles ficam doentes, eles morrem, eles nascem, eles são resgatados, eles vêm sofridos. Não temos distinção entre o amor que sentimos pelos animais e o amor que sentimos uns pelos outros.”
A vontade de ajudar os animais, no entanto, começou bem antes disso. “Pelas redes sociais, fiquei por dentro dos bastidores e de tudo que acontecia com os animais, e entendi que já existia uma rede de pessoas organizada em torno de um movimento chamado veganismo”, diz.
Foi a partir daí que Nana começou, aos poucos, a acolher bichos. “A gente não tinha ideia de que era, de fato, um santuário. Era só o meu grande sonho de acolher os animais e de cuidar deles entrando em ação”, relembra. “Eu acolhia coelhos, galinhas, frangos, salvei uma égua e um potrinho. Logo, aumentou muito e eu fui para um lugar maior. Além dos animais, eu montei um restaurante na varanda para sustentar o projeto”.
Nana conta que um dos resgates que mais a marcou foi do boi Vishnu. Por ser macho, o animal teria sido descartado na indústria de produção de leite. A filha do dono do local, então, pediu para que ele fosse doado. “Ele chegou mamando, bebê. A gente amamentava ele com uma mamadeira enorme e ele mamava o dia inteiro e andava atrás da gente”, fala. “Ele entrava na sala, deitava e ficava do meu lado enquanto eu pintava aquarelas. Hoje, ele está grande, fofo e muito carinhoso”.
Nana diz que esse cuidado vem de todos os lados, no santuário. “Os animais, quando moram em santuários, ficam muito mais carinhosos, porque as pessoas em volta só trazem comida e carinho”.
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A artista diz que, para o futuro, quer levar esse o pelos animais para mais pessoas. A artista vende pelúcias, quadros, desenhos e outras peças, além de arrecadar doações pelas redes sociais.
“Eu pretendo alcançar o máximo de pessoas possível e o máximo de animais possível. Acolher animais é como acolher um bebê que nunca vai crescer, mas, para nós, não tem preço salvar uma vida”, conta. “Quero que o santuário se torne um símbolo de todos os animais que não conseguiram chegar até ele”.