Mulher é indiciada por chamar vereadora de SP de “preta lixo”
Vereadora foi xingada enquanto discursava na Câmara de Campinas no último dia 8. Suspeita negou acusações e disse que foi mal interpretada
atualizado
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A Polícia Civil de São Paulo indiciou por injúria racial, nesta quarta-feira (17/11), uma mulher acusada de xingar a vereadora de Campinas Paolla Miguel (PT) de “preta lixo” enquanto ela discursava na Câmara Municipal. O caso aconteceu no último dia 8, no momento em que a parlamentar defendia o Conselho Municipal da Comunidade Negra.
A mulher prestou depoimento ao delegado José Glauco Ferreira na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas na manhã desta quarta. No interrogatório, ela negou as acusações e disse que, na verdade, disse “Petta lixo”, em referência ao vereador Gustavo Petta (PCdoB).
“Ela disse que não tinha intenção nenhuma de praticar ofensa. Segundo ela, havia várias manifestações e, no momento do discurso da vereadora, houve uma confusão que envolvia um outro vereador [Gustavo Petta]. Começaram a discutir com ele e xingá-lo, dizendo ‘Petta lixo’. A suspeita disse que foi mal interpretada”, declarou o delegado ao Metrópoles.
A mulher integrava um grupo de manifestantes contra o passaporte da vacina, documento que atesta se o cidadão tomou o imunizante contra a Covid-19. Ela indicou duas testemunhas à polícia. Uma delas também foi ouvida pelo delegado José Glauco.
O investigador afirmou à reportagem que pretende finalizar e enviar o caso à Justiça nos próximos dias. “Vou encaminhar para a 1ª Vara Criminal de Campinas. Lá vai ser feita uma nova apreciação na fase processual”, ressaltou.
O delegado reforçou também que a mulher foi reconhecida por um outro vereador que foi ouvido pela polícia. O homem garantiu que ela xingou a vereadora de “preta lixo”.
Em uma postagem no Instagram, a vereadora Paolla Miguel se pronunciou sobre o indiciamento. “Diante dos fatos e das declarações que tive acesso por meio da imprensa, gostaria de lembrar a sociedade que raramente pessoas acusadas de injúria racial admitem seus crimes, mesmo diante de situações flagrantes, com testemunhas e vídeos que podem servir como provas”, escreveu.
Ela continuou: “Espero que, com a enorme quantidade de provas e testemunhos colhidos pela Polícia, a Justiça trabalhe com a verdade dos fatos, com as provas e puna a pessoa responsável pelos gritos racistas”.
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