Mulher e filhos em cárcere por 17 anos ficavam até três dias sem comer
A família viveu presa por 17 anos e sofria diversos abusos, como surras com fios e enforcamento
atualizado
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A juíza Monique Correa Brandão dos Santos Moreira converteu a prisão do homem acusado de manter a esposa e dois filhos em cativeiro por 17 anos em preventiva no sábado (30/7). Durante a audiência de custódia, ela destacou alguns pontos da conduta de Luiz Antonio Santos Silva, de 49 anos.
Na lista de acusações, a magistrada lembrou que ele manteve Edna, de 40 anos, e os filhos, Gisele, 22; e Wesley, 19; presos em condições precárias. “Edna informou, ainda, que o custodiado nunca permitiu que seus filhos frequentassem a escola e que já teriam ficado até três dias sem comer”, diz o texto apresentado por Monique.
Em entrevista à Globo, a mulher relatou que os três apanhavam do abusador. “Ficávamos sem comida, sem água e apanhando. Meus filhos, também amarrados, apanhavam de fios e ele enforcava a gente”, relatou Edna.
A Folha de S.Paulo apurou com os vizinhos das vítimas que o homem costumava ligar o som em volume alto por volta das 20h e mantê-lo assim até o outro dia. Além disso, relataram que viram a mulher e os dois filhos pouquíssimas vezes.
“A gente sabia que ele tinha a esposa e os filhos, mas nunca via”, relatou uma vizinha à Folha.
Relembre
Luiz Antonio Santos Silva foi preso em flagrante na última quarta-feira após uma denúncia anônima. Edna e os filhos, Gisele e Wesley, foram resgatados do cárcere privado em que viviam há 17 anos.
As vítimas foram encontradas amarradas em uma casa em Guaratiba, zona oeste do Rio. Os três estavam sujos e apresentavam quadros de desnutrição e desidratação.