Mulher é achada morta, seminua e com cabeça mergulhada em caixa d´água
Vítima era uma pessoa conhecida e querida em região de assentamentos em GO, onde tinha participado de Festa do Cerrado um dia antes do crime
atualizado
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Goiânia – A agricultora Neurice Torres, de 53 anos, foi encontrada morta na casa dela, no assentamento Dom Roriz, zona rural de Minaçu, região norte de Goiás, no domingo (11/9). O crime teria acontecido durante a madrugada.
Uma integrante de movimentos de luta pela terra da região disse em comunicado distribuído pelo WhatsApp que a vítima foi encontrada seminua e com a cabeça afundada em uma caixa d’água. A Polícia Militar esteve no local e a Polícia Civil está investigando o homicídio.
Neurice, mais conhecida como Dona Neura, era muito conhecida na região e a sua morte causou muita comoção entre os moradores de assentamentos. Familiares e amigos escreveram homenagens nas redes sociais. Ela deixou filhos e teria se separado do marido.
Homenagens
“Muito triste mesmo. Conheci ela dia 24. Estava com ela fazendo as flores de palha para decoração da Festa do Cerrado e aí hoje recebi essa notícia muito triste. Lamentável essa perda”, escreveu uma amiga nas redes sociais.
“Uma mulher forte! Sempre batalhou, praticamente sozinha, para criar seus filhos. Ela sempre foi uma guerreira”, escreveu outra amiga.
“Prima Neura, até agora a ficha não caiu! A gente falava direto. Você estava tão feliz com suas colheitas, suas plantações e de repente acontece um trem desse com você”, escreveu uma familiar.
Feminicídio
Em nota, a Pastoral da Terra escreveu uma nota em que manifestou dor e indignação pela perda de Neura para o machismo. A entidade ainda disse que a agricultora foi vítima de feminicídio. A nota ainda lembra que no último sábado, a agricultora participou da Festa do Cerrado, onde mostrou seu trabalho com alegria.
“Nossa companheira Neura do MST, da CPT e do Assentamento Dom Roriz se Encantou e virou semente que germina e produzirá frutos contra a injustiça machista, contra as relações de posse e pela liberdade das mulheres”, diz trecho da nota.
A reportagem entrou em contato com o delegado responsável pela investigação Jader Bruno de Souza Vieira e com a Polícia Civil, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A PM informou que esteve no local do crime e repassou a ocorrência para a Polícia Civil.