Mulher do “Faraó dos Bitcoins” sacou R$ 1 bi da moeda antes de fugir
Preso pela PF por fraude, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos é investigado por operar um esquema bilionário de pirâmide financeira
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) identificou que a venezuelana Mirelis Zara, esposa do ex-garçom e ex-pastor da Universal Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, sacou 4.330 unidades da moeda – o equivalente a R$ 1.063.070.463,56 –, antes de fugir para os Estados Unidos. As informações são do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Glaidson foi preso pela Polícia Federal no dia 25 de agosto, suspeito de operar um esquema bilionário de pirâmide financeira. Mirelis está foragida e é procurada pela Interpol.
De acordo com investigação da PF e do MPF, o ex-garçom estaria à frente da empresa que prometia, em contrato, 10% de retorno por mês a quem quisesse investir em Bitcoins. Esse esquema atraiu milhares de pessoas de todo o Brasil.
Sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os negócios de Glaidson consistem em investimentos no mercado de criptomoedas.
Na operação, foram apreendidos aproximadamente R$ 150 milhões em moeda digital. A polícia localizou, ainda na ação, contas digitais que somam 591 bitcoins. Cada bitcoin é cotado em cerca de R$ 255 mil.
Só na casa do ex-garçom, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, a Polícia Federal encontrou sacolas de dinheiro que somavam mais de R$ 13 milhões.
No total, 21 carros de luxo foram apreendidos em uma oficina, em Cabo Frio.
Segundo a Polícia Civil, Glaidson procurava ser discreto nas redes sociais. O investigado, entretanto, gostava de passeios de lanchas pela Região dos Lagos, morava em casa avaliada em R$ 9 milhões, em Cabo Frio, e gostava de festas de arromba, como a comemoração de seu aniversário em fevereiro, com direito a show do cantor sertanejo João Gabriel, em Angra dos Reis, Região da Costa Verde.
De garçom a empresário
Em 2014, Glaidson trabalhava como garçom, com salário de R$ 800. A reviravolta aconteceu quando passou a operar no mercado de investimentos no ano seguinte, quando criou a GAS Consultoria. Hoje, ele é sócio de um total de quatro empresas – duas no Rio e outras duas em São Paulo.
Glaidson teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal com outras seis pessoas; entre elas, sua mulher e sócia, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.