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Mulher do acusado de matar petista: “Não é fanático pelo Bolsonaro”

Jorge José Guaranho, que está internado em situação estável, mas grave, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado

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Reprodução/Redes sociais
Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de matar tesoureiro petista
1 de 1 Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de matar tesoureiro petista - Foto: Reprodução/Redes sociais

A mulher do policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, 38 anos, acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda, de 50 anos, durante uma festa de aniversário com temática do Partido dos Trabalhadores (PT), defendeu o marido durante depoimento. Ao falar com a Polícia Civil do Paraná, ela argumentou que o crime não teve motivação política.

O crime ocorreu em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último sábado (9/7). Guaranho, que está internado em situação estável, mas grave, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por causar perigo comum.

Ela disse ainda que a vítima que primeiro xingou seu marido.

“Ele (Guaranho) não é fanático pelo Bolsonaro. Enquanto ele estava fazendo a ronda pelo condomínio, estava escutando a música ‘O Mito chegou’. Nosso carro não tem volume alto, eu até estava com o bebê atrás”, explicou a mulher. O depoimento dela foi divulgado pelo canal de notícias CNN Brasil.

À polícia, a esposa de Jorge José disse que o encontro fatal  teria sido “uma coincidência” e, quando chegou lá, foi insultado primeiro pelo aniversariante.

“Nunca vi essa pessoa. Não conheço nenhum deles. A gente não sabia que estava ocorrendo o evento e não foi ato político. Simplesmente foi uma coincidência que ocasionou isso. Pelo que eu vi, o Marcelo que era mais fanático e pró-Lula”, disse.

Discussão

O relato prossegue: “Eu vi que estava acontecendo um evento e ele disse: ‘Será?’. Quando ele desceu para fazer a volta, um cara lá de dentro falou: ‘Quem é você, cara, para ficar ouvindo a música desse fdp?’. Aí ele voltou e falou ‘Bolsonaro mito’. Também falou que ele ficou bravo porque falaram que tinham muitos policiais lá”, conclui.

Segundo ela, Guaranho mostrou a arma quando o Marcelo jogou terra no carro. Ainda de acordo com a mulher, “Guaranho ficou muito irritado” e “pessoas de dentro da festa jogaram pedra e terra no carro”.

“Eu abri a porta e falei: ‘Por favor, moço, eu estou com o meu bebê’. Aí, meu marido acelerou o carro e foi embora”, afirmou. “Ele ficou bem exaltado. As pessoas da festa começaram a gritar e ameaçar”, completou.

A esposa também declarou que seu marido “ficou indignado com a situação”.

“Ele não esperava que iam receber ele desse jeito. (…) Ele ficou indignado porque ele é uma pessoa muito família”. A mulher disse que “implorou para ele [Guaranho] não voltar na festa, mas ele queria tirar satisfação”. Também declarou que o marido é de direita. “Ele é de direita, é pró-Bolsonaro, mas nunca fez nada. Ele posta coisas normais.”

Na sexta-feira (15/7), durante entrevista coletiva da Secretaria de Segurança Pública do Paraná e da Polícia Civil, a delegada Camila Cecconelo, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, frisou que a investigação não tem elementos para tipificar o crime como de motivação política.

Veja o ponto a ponto do inquérito:

  • Uma pessoa, em um churrasco, acessou imagens de circuito interno de segurando de onde ocorria festa.
  • Jorge José Guaranho estava no evento e perguntou onde era realizada a comemoração, mas não fez comentários.
  • Ele, segundo a polícia, ingeriu bebida alcóolica.
  • Segundo os depoimentos, ele chegou ao local ouvindo uma música ligada à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
  • Houve uma discussão entre eles. Jorge José foi embora, mas retornou ao local.
  • Jorge José da Rocha Guaranho atirou primeiro contra Marcelo, invadiu a festa e fez mais disparos. Ao todo foram quatro disparos, sendo que dois atingiram a vítima.
  • Marcelo reagiu com 10 tiros. Quatro acertaram Jorge José.
  • Guaranho foi indiciado por homicídio qualificado e por causar perigo comum.
  • Segundo a delegada, para enquadrar o caso como crime política, Jorge José teria que ter impedido Marcelo de exercer direitos políticos.
  • Marcelo, durante a briga, jogou terra e pedras em Jorge José e em sua família.
  • Ao todo, 17 testemunhas prestaram depoimento.
  • Durante a briga, Marcelo e Jorge José, por cinco segundos, apontaram armas de fogos um contra outro.
  • A pessoa que acessou as imagens da festa de Marcelo não foi indiciada. Ela prestou depoimento. A polícia considerou que ela não teve a intenção de causar o crime.

O caso

O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, em 7 de julho.

A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja as cenas:

Segundo relatos, por volta das 23h, Jorge José (foto abaixo), que se declara apoiador do presidente de Bolsonaro, invadiu a festa e atirou em Marcelo, que revidou. A confraternização era promovida na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresfi). A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas.

Jorge José da Rocha Guaranho, suspeito de matar guarda muncipial petista em Foz do Iguaçu
Jorge José da Rocha Guaranho, suspeito de matar guarda muncipial petista em Foz do Iguaçu

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