Mulher compara crianças com Síndrome de Down a cachorros e gera revolta
Jornalista e blogueira de Recife (PE), Julia Salgueiro acrescentou que o “sexo praticado por deficientes mentais é nojento”
atualizado
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Uma jornalista e blogueira de moda do Recife (PE) causou revolta na internet ao publicar declarações preconceituosas em um grupo de mães no Facebook. Em uma foto de bebê com Síndrome de Down, Julia Salgueiro comparou crianças nessa condição a filhotes de cachorro e acrescentou que o “sexo praticado por deficientes mentais é nojento”.
As declarações causaram revolta nos usuários, que rebateram a mulher. Ela apagou as próprias mensagens. A postagem e os comentários foram feitos na terça-feira (21/3), Dia Internacional da Síndrome de Down.
Indignados, os pais e a tia da criança procuraram uma delegacia para denunciar as ofensas, nesta sexta-feira (24/3), de acordo com informações do G1. “Essa pessoa não tem o que, felizmente, sobra lá em casa, que é amor”, lamenta o pai do menino, Heitor Durval Dantas.
A tia da criança, Juliana Preto, foi a primeira a prestar depoimento na delegacia, pela manhã. Ela defendeu que o sobrinho deve ser respeitado. “Enquanto a gente puder, a gente vai brigar por ele, pelos direitos e pelo respeito que merece”, completou.
Julia Salgueiro deve ser intimada a depor e terá até 48 horas para prestar esclarecimentos à Polícia Civil. “Nós vamos enquadrar isso em injúria qualificada. Ela poderá pegar, pelo crime, de um a três anos de reclusão, além de multa”, explicou o delegado responsável pelo caso, Paulo Rameh.
Justificativa
A blogueira explicou ao G1 o porquê de ter apagado os comentários. Ela se defendeu afirmando que as postagens não têm teor preconceituoso. “Não foi agressão. Apaguei os comentários porque estava chegando muita resposta chata. Não foi preconceito, tiraram do contexto. Eu disse que são pessoas, crianças em geral, filhotes em geral — gato, cachorro, coelho, passarinho — são lindos, mas, quando crescem, começam os problemas”, justificou Julia, que já responde na Justiça por homofobia.