“Muito humilhante”, diz ex-miss trans que acusa delegado de estupro
Jade Fernandes desabafou, nas redes sociais, sobre o caso em investigação pela PCGO. Segundo ela, as vítimas não devem se calar
atualizado
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A ex-miss trans que acusa um delegado da Polícia Civil de Goiás (PCGO) de estuprá-la disse, nas redes sociais, ter vivenciado momentos de humilhação, medo e vergonha.
Jade Fernandes, no entanto, enfatizou a importância de as vítimas não ficarem em silêncio.
“Eu tive medo e vergonha de contar para alguém por horas, de ser taxada como mentirosa. Eu não queria que as pessoas me vissem como vítima, foi muito humilhante para mim. Por um momento, eu achava que estava louca”, afirmou a jovem em seu perfil no Instagram.
Jade acrescentou que sentiu medo de contar e denunciar o caso, mas lembrou que sempre incentivou as vítimas a não ficarem caladas diante de abusos e violações. E, por isso, decidiu não se calar e encorajar outras mulheres.
O caso
O delegado Kleyton Manoel Dias, da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, é investigado por suspeita de estuprar Jade Fernandes. De acordo com reportagem da TV Anhanguera, o crime teria ocorrido quando ele ofereceu uma carona para ela após saírem de uma festa em Goiânia (GO).
Em nota enviada ao Metrópoles, a Polícia Civil afirmou que, assim que tomou conhecimento do fato, adotou todas as medidas necessárias para seu esclarecimento. O caso é investigado pela Delegacia da Mulher (Deam), com auxílio e acompanhamento da Corregedoria.
Carona e abuso
De acordo com o relato da vítima, na madrugada de sexta-feira (5/1), o delegado ofereceu carona a ela e a outra mulher. Quando Jade ficou sozinha com o policial, ele a teria levado até o porta-malas do carro, onde a abusou sexualmente.
Imagens a que a TV Anhanguera teve acesso mostram o delegado deixando a mulher, completamente nua, em casa. Um amigo da vítima disse que ela chegou dopada e bastante ferida à residência. O Samu foi acionado, e a vítima, levada para um hospital.
O Metrópoles não conseguiu contato com o delegado citado no caso. O espaço segue aberto para manifestações.