“Muito emocionante”, diz, após receber alta, aluna queimada na escola
Adolescente de 16 anos quer comer hambúrguer e ficou muito feliz por voltar a ficar junto de dois irmãos mais novos. Tratamento continua
atualizado
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Goiânia – A estudante Annelise Lopes Andrade, de 16 anos, vive dias de muita felicidade, desde que recebeu alta após dois meses internada em um hospital da capital goiana. Ela é a garota que teve 60% do corpo queimado durante um experimento de química com “fogo invisível” no laboratório da escola, em Anápolis, cidade a 60 km da capital goiana.
“Foi muito emocionante voltar de novo para casa. A primeira coisa que queria era minha família e está sendo muito bom. Estou gostando bastante. Meus planos agora são só pensar positivo, seguir em frente e melhorar a cada dia mais”, disse a adolescente ao Metrópoles.
Uma das primeiras refeições quando chegou em casa foi arroz, batata frita, beterraba, alface e carne moída com batata frita. Tudo preparado pelo irmão mais novo.
“Se eu soubesse que receber alta era ser tratada bem desse jeito, eu teria vindo antes”, declarou Annelise em uma publicação no Instagram.
Veja vídeo:
Saudade de hambúrguer
A saudade que a adolescente sentiu nos 64 dias de internação foram das mais variadas, desde os familiares e até a de comer hambúrguer.
“A comida com mais saudade era hambúrguer, mas ela vai ter que esperar um pouco mais. Ela estava com muita saudade dos irmãos. Poder chegar e abraçar os irmãos e ficar com eles foi uma emoção muito grande para ela”, contou a mãe Diolange Carneiro, que acompanhou a adolescente bem de perto no hospital todos esses dias.
A mãe, inclusive, deixou o trabalho para se dedicar, totalmente, ao acompanhamento da filha.
Assim que recebeu alta do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Anne passou pelo salão especializado em noivas da mãe, onde também trabalhava, para rever colegas de trabalho.
Desafios continuam
Depois de tanto tempo hospitalizada, ela continua agora o tratamento de casa. A família ainda vai escolher um fisioterapeuta. Anne continua com a voz rouca, por causa do tempo que passou intubada e com traqueostomia. Também há algumas restrições e orientações.
Não pode pegar sol nos locais das queimaduras, por isso a garota utiliza uma máscara de pano sobre o rosto. Também é necessário se alimentar e tomar muito líquido.
“Graças a Deus ela está melhorando. Ainda está sob precaução médica, com visitas bem restritas, mas estamos recuperando. Cada dia é uma evolução. Só dela já estar aqui em casa bem, já uma benção muito grande, uma dádiva de Deus”, declarou Diolange.
Acidente
Anne e outros três colegas usaram o laboratório do Colégio Heli Alves, em Anápolis, para fazer um experimento conhecido como “fogo invisível”, que utiliza grande quantidade de álcool. Não houve supervisão de adultos, segundo a família. A escola alega que não sabia que teria material arriscado durante o experimento.
Funcionários da escola ouviram os gritos de Anne e levaram ela até o chuveiro, enquanto aguardavam a chegada de uma equipe do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil investiga o caso.
Anne passou por momentos difíceis no hospital, com crises de pânico, segundo a mãe. Ela também tratou uma embolia pulmonar e teve que reaprender a falar.
Annelise deu, durante todo o tempo de internação, um claro exemplo de força-de-vontade. E agora, com o retorno da adolescente para casa, as esperanças estão renovadas por sua recuperação.