“Muita dor. Foi um massacre”, diz mãe de um dos mortos no Jacarezinho
Edluze da Silva Bezerra, de 67 anos, sepultou o filho Márcio, de 43 anos, no cemitério do Caju, um dos 28 mortos na operação da polícia
atualizado
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Rio de Janeiro – “Muita dor. Foi um massacre”, desabafou Edluze da Silva Bezerra, de 67 anos, pouco depois de sepultar o filho, Márcio da Silva Bezerra, de 43, às vésperas do Dia das Mães no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro, na tarde deste sábado (8/5). Ele é um dos 28 mortos acusados de envolvimento com o tráfico de drogas durante uma operação na comunidade do Jacarezinho, na quinta-feira (6/8). O policial civil André Frias também morto foi sepultado na sexta-feira (7/5).
Veja imagem dos sepultamentos deste sábado (8/5):
“Ele trabalhou três anos, uma mulher maluca que destruiu a vida dele. Mas nós não somos bichos, somos seres humanos e um pedaço de mim se foi”, lamentou Edluze. Segundo ela, Márcio deixou três filhos. “Tenho uma netinha de oito meses que cuidava para ele. A gente quer justiça. Só isso”, pediu a senhora. Márcio e Clayton da Silva Freitas de Lima, de 26, foram sepultados no cemitério de Inhaúma. Ao todo foram 14 sepultamentos divididos entre Inhaúma e o cemitério do Caju, ambos na zona norte, neste sábado (8/5).
Pela tarde, o policiamento foi reforçado nos principais acessos do Jacarezinho, mas não há notícias de novos confrontos. Parentes ainda passaram todo dia no Instituto Médico-Legal para a liberação de corpos. Segundo moradores, outros 13 sepultamentos estão previstos entre domingo (9/5) e segunda-feira (10/5). O Ministério Público abriu investigação independente para apurar a operação.