Saiba quais mudanças o Brasil sofrerá com La Niña, que começa em breve
Momento atual é de neutralidade do La Ninã, mas pode virar a partir de setembro. Temperaturas e chuvas são afetadas
atualizado
Compartilhar notícia
O fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, poderá se manifestar no Brasil no trimestre setembro, outubro e novembro. Embora espera-se um evento de intensidade moderada, ele poderá trazer implicações para as condições chuva, seca e temperaturas em todo o país.
Com o La Niña, poderá haver aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Na região Sul, quando o fenômeno se apresenta de maneira mais expressiva, há redução nas chuvas. Países vizinhos como Argentina e Paraguai também podem ser afetados com tendência de diminuição nas precipitações.
“Na região Sudeste, espera-se temperaturas um pouco abaixo da média. É um período quente no país como um todo. Vamos esperar que as temperaturas no Centro-Oeste e no Sudeste fiquem um pouco abaixo da média, a chuva aumente no Norte e no Nordeste e fique dentro do esperado para a região Sul”, detalha o meteorologista Angel Domínguez Chovert.
Segundo Chover, também pesquisador do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais (Cempa), baseado na Universidade Federal de Goiás (UFG), as temperaturas podem ficar um pouco abaixo da média no Sudeste e Centro-Oeste. O efeito pode não ser muito perceptível, pois estamos entrando no período de mais calor na região.
O El Niño deixou de atuar no primeiro semestre deste ano. No momento, estamos em um estágio que os meteorologistas chamam de neutralidade, que é quando não há interferência do El Niño, nem do La Niña no clima.
Águas do Pacífico e La Niña
Para considerar o El Niño, a temperatura das águas do Pacífico precisam aquecer pelo menos 0,5°C, e para o La Niña, resfriar no mínimo 0,5°C. No momento atual, é considerado que a porção do Pacífico aferida para verificar a ocorrência dos fenômenos está resfriada em 0,3°C.
A expectativa atual é que La Niña não permaneça atuante por muito tempo. “No primeiro trimestre de 2025, o La Niña começa a perder força, e, possivelmente no segundo trimestre, ou no fim do primeiro trimestre, passamos novamente a uma fase de neutralidade”, acredita Chovert.