Mudança de preços da Petrobras não chega de imediato nas bombas, rebate sindicato
Sindicato critica a cobrança do presidente da Petrobras, que pediu que as distribuidoras e os postos sigam o ritmo dos preços das refinarias
atualizado
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O Sindicombustíveis-DF criticou a atitude do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em pedir que as distribuidoras e os postos sigam a política de preços das refinarias e reduzam os valores dos combustíveis. Para o sindicato, a cobrança sobre a queda do diesel é incoerente, uma vez que a maioria dos revendedores não compra os produtos da Petrobras.
De acordo com nota divulgada pelo presidente do sindicato, Paulo Tavares, apenas 43,2% dos 43.352 postos em funcionamento no Brasil têm contratos com as refinarias da Petrobras. A maioria (56,8%) compra no mercado livremente, com mais de 150 distribuidoras de bandeira branca.
“Sendo assim, estas praticam seus preços de acordo com os preços de importação e não sob a tutela da Petrobras, ou seja, quando a Petrobras anuncia uma redução de seus produtos não há alcance aos postos que não compram das distribuidoras alimentadas pelas suas refinarias”, diz trecho da nota.
Prates publicou nas redes sociais, na última quinta-feira (23/3), uma espécie de chamado para acelerar a queda do preço dos combustíveis no território nacional. “E aí, distribuidoras e postos? Bora reduzir os preços na bomba para o cidadão/cidadã e para o frete nacional?”, pediu o presidente.
Além disso, o presidente da Petrobras alegou que as distribuidoras e postos aumentam os preços “até ‘no cheiro’ de boatos; mas pra descer, demora… tá errado, não? Bora acompanhar!”.
E aí, distribuidoras e postos? Bora reduzir os preços na bomba para o cidadão/cidadã e para o frete nacional? Senão não adianta de nada o nosso trabalho! Pra subir, sobe até “no cheiro” de boatos; mas pra descer, demooora… tá errado, não? Bora acompanhar! pic.twitter.com/Ug4PAVe18D
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) March 24, 2023
O sindicato pontua que os preços das refinarias Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, privatizadas em 2021 e 2022, respectivamente, também não são influenciados pela Petrobras.
Para o sindicato, é preciso considerar o preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) de alguns estados que tiveram elevação e podem anular a queda anunciada.