MST critica falas de ex-militantes na CPI: “Falta de legitimidade”
Declaração do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocorre logo após divulgação de vídeo de filho de depoente viralizar
atualizado
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se pronunciou sobre o depoimento dos três ex-militantes Vanuza, Elivaldo e Benevaldo, que depuseram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (8/8).
Em nota, lamentou o que chamou de “baixo nível” e “falta de legitimidade” da Comissão. O movimento também ressaltou que os documentos comprobatórios não foram entregues à comissão no que tange às acusações feitas contra o MST. E que os militantes atacados ingressaram com denúncia junto à Polícia Civil da Bahia, por calúnia e difamação.
A organização afirma que a principal figura utilizada para atacar a pauta foi Elivaldo da Silva Costa, que “é parte de um grupo que utiliza métodos violentos para ameaçar e aterrorizar famílias, desde 2020, na Bahia”. A nota também ressalta que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou 400 títulos definitivos de lotes, e que o grupo ao qual Elivaldo pertencia coagia famílias e tensionava suas relações com o MST.
Outra figura que se posicionou foi o membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Cássio Souza Santana, que desmentiu o depoimento da própria mãe, Vanuza dos Santos de Souza. “Infelizmente, minha mãe foi cooptada”, lamentou o assentado, em vídeo.
Confira o vídeo:
Do MST para o bolsonarismo
Vanuza é ex-integrante do MST e, atualmente, considerada aliada ao grupo bolsonarista, acusado de perseguir membros do movimento no sul da Bahia. Ela prestou depoimento à CPI do MST na terça-feira (8/8), junto a outros dois ex-militantes, Benevaldo da Silva Gomes e Elivaldo da Silva Costa. À noite, seu filho Cássio divulgou o vídeo em que faz afirmações sobre a mãe.
“Essas questões não são fáceis para mim, mas são verdades que precisam ser ditas, porque elas constituem um ataque a um coletivo nacional que tem uma importância muito grande nesse país”, ressaltou Santana no vídeo. “Infelizmente, a partir de 2019, aquilo que era um sonho para mim e minha mãe, de ter um pedaço de terra, foi por água abaixo por causa de um direcionamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e de pessoas ligadas a ele, como o Liva [Elivaldo], que vai depor na CPI”, acusou.
O MST é um movimento brasileiro que luta por uma reforma agrária há quase 40 anos. A entidade á garantiu o assentamento de mais de 450 mil famílias em 24 estados do país.