MST chama ataque a Israel de “reação legítima” de palestinos
Ministério da Defesa de Israel decretou “cerco total” a Gaza, área com quase 2,3 milhões de palestinos, com cortes de luz, água e alimentos
atualizado
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Após o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, decretar, na segunda-feira (9/10), “cerco total” a Faixa Gaza, território que abriga cerca 2,3 milhões de palestinos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil divulgou nota (leia na íntegra no fim deste texto) em apoio “total e irrestrito” à luta da Palestina e contra a política de “apartheid implementada pelas autoridades israelenses”.
No texto, o MST afirmou que a “Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos (…) À brava Resistência Palestina em Gaza: seguiremos apoiando e defendendo o direito legitimo dos povos a reagir contra a opressão”.
O movimento ainda compara a Faixa de Gaza com uma “prisão a céu aberto”. “Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel”, diz trecho de nota.
Israel x Hamas
A guerra aberta entre Israel e o grupo radical Hamas deixou, até o momento, 1,5 mil mortos e milhares de feridos desde sábado (7/10), quando o grupo lançou milhares de foguetes contra o território israelense, invadiu comunidades e levou mais de 100 reféns para Gaza.
Logo após os primeiros bombardeios, o governo de Israel decretou “cerco total” a Gaza, com cortes de eletricidade, água, alimentos e combustíveis na região. O território que abriga cerca 2,3 milhões de palestinos pode estar à beira de uma nova crise humanitária.
No quarto dia de guerra, o Ministério da Defesa israelense, informou que mais de 200 locais na Faixa de Gaza receberam bombardeios; entre eles, dois túneis que ligavam ambos territórios.
Brasileiros em Israel e na Palestina
Até agora, 2.377 brasileiros em Israel se inscreveram para serem repatriados ao Brasil, de acordo com a Embaixada Brasileira em Tel Aviv. Ao todo, seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) foram enviadas ao país do Oriente Médio.
O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, também informou que a Embaixada do Brasil no Egito está coordenando uma ação para a retirada de brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
Veja as imagens dos aviões da FAB na missão de repatriação:
Segundo informações da Operação Voltando em Paz, da FAB, o primeiro voo para resgatar os brasileiros em Israel deve retornar ao Brasil na madrugada desta quarta (11/10) e pousar em Brasília por volta da 1h.
Mais cedo, o Itamaraty confirmou a morte do brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, que estava desaparecido depois do ataque do grupo radical Hamas em uma rave.
Leia a nota do MST na íntegra
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil mais uma vez reitera nosso apoio total e irrestrito à luta do povo Palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel.
A Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos.
Gaza foi transformada pelo governo sionista de Israel em uma prisão a céu aberto! Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel.
Um território de 365 km² onde vivem mais de 2 milhões de palestinas e palestinos que foram expulsos de suas casas e suas terras pelo exército e por colonos de Israel. Um dos territórios mais densamente povoados do mundo, em que as pessoas não tem a liberdade de ir e vir; são privados de comida, água, medicamentos, energia, assistência médica, entre outros direitos.
À brava Resistência Palestina em Gaza: seguiremos apoiando e defendendo o direito legitimo dos povos a reagir contra a opressão!
Ao povo de Gaza: vocês são um exemplo de resiliência para todos e todas que lutam por um mundo mais justo, onde os povos tenham o direto de definir seus próprios destinos, sem intervenções e colonizações.
Ao povo Palestino em qualquer lugar do mundo: vocês têm no Movimento Sem Terra irmãos e camaradas de luta! Não descansaremos enquanto não conquistarmos uma Palestina livre, com capital em Jerusalém e com o legitimo direito ao retorno de todos os refugiados expulsos de suas casas, terras e aldeias!
Seguiremos de mãos dadas com o povo Palestino, rompendo todas as cercas e muros que nos privam de viver e amar!