MST aperta governo com invasões de fazendas no RS e de ferrovia do PA
O movimento também faz vigília em sede do Incra. Objetivo é cobrar pressa no assentamento de famílias
atualizado
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) intensificou as mobilizações no início deste mês. O objetivo é pressionar o governo federal para a demarcação de terras e também para que haja assistência a famílias afetadas por atividades da mineradora Vale.
No município de Terras Altas, no Rio Grande do Sul, 170 famílias ocuparam duas fazendas. A cobrança é para que haja o assentamento de 1.500 famílias que estão acampadas no estado.
Integrantes do MST também fazem uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. Lá, estão 250 famílias dos acampamentos Herdeiros da Luta, de Tupanciretã, Sepé Tiaraju, de Encruzilhada do Sul.
O MST divulgou um comunicado à imprensa no qual anuncia também a adesão às mobilizações no Corredor da Estrada de Ferro Carajás. O percurso fica entre Parauapebas (PA) e São Luís (MA). A estrada foi ocupada na cidade do Pará na madrugada desta terça-feira (3/12). A ação faz parte da Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular.
O objetivo da ação contra a Vale é “defender os direitos do povo que estão sendo negados pela companhia”, diz o movimento, em comunicado. O grupo que deve ser amparado pela Vale, ainda segundo o MST, são as famílias atingidas pela mineração.
No detalhamento, o movimento quer que sejam assentadas famílias em mais de 100 mil hectares a serem adquiridos pela Vale; criação de um Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico, sob controle social; adoção de um programa de habitação para beneficiar 10 mil famílias; criação de um programa de transferência de renda para famílias em vulnerabilidade social; investir na recuperação de nascentes; pagamento de tributos; reparação aos atingidos pelos rompimentos das barragens em Brumadinho e Mariana; e criação de uma força-tarefa para cuidar dos pontos citados acima.