MPT decreta sigilo em investigação contra Pedro Guimarães por assédio
“Publicidade de tais elementos de prova pode acarretar prejuízo à investigação”, escreveu o procurador
atualizado
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) colocou em sigilo a investigação sobre denúncias de assédios sexual e moral supostamente praticados pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães. A decisão foi tomada na quarta-feira (27/7), pelo procurador titular do 14º Ofício, Paulo Neto.
“Com fundamento no art. 7º, § 5º, da Resolução nº 69, de 12 de dezembro de 2007, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, para fins do interesse público, decreto o sigilo das informações e dos documentos apresentados pelos denunciados, dos depoimentos das testemunhas e de documentos apresentados pela polícia ou pelos órgãos de fiscalização, considerando que a publicidade de tais elementos de prova pode acarretar prejuízo à investigação”, escreveu Paulo Neto, em despacho obtido pelo Metrópoles.
As denúncias de assédios sexual e moral foram reveladas pela coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Na terça-feira (26/7), o MPT transformou em inquérito civil a investigação preliminar aberta contra Guimarães. No despacho, o procurador considerou, inicialmente, que a denúncia “configura infringência à ordem jurídico-trabalhista e aos direitos coletivos dos trabalhadores”.
O Ministério Público do Trabalho também concedeu 10 dias para a Caixa Econômica Federal juntar ao inquérito cópia integral dos procedimentos administrativos decorrentes do recebimento de 14 denúncias apresentadas entre 2019 e 2022 no canal interno contra Pedro Guimarães.
Até então, a apuração preliminar era feita no âmbito de uma notícia de fato. Agora, a investigação vai ser aprofundada.
Denúncias
Um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e relatar as situações pelas quais passaram. Todas trabalham ou atuam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
As mulheres denunciam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, que partiram do então presidente do maior banco público brasileiro em interação com as funcionárias sob seu comando.
A iniciativa dessas mulheres levou à abertura de uma investigação que está em andamento, sob sigilo, no MPF. Após repercussão do caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) também abriu processo para apurar as denúncias.