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MPRJ tenta desqualificar Siro Darlan como testemunha de Flordelis

Promotoria vai tentar eliminar desembargador Siro Darlan como testemunha de defesa no julgamento da ex-deputada Flordelis

atualizado

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Fernando Frazão/ Agência Brasil
Siro Darlan
1 de 1 Siro Darlan - Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio (MPRJ) vai tentar desqualificar o desambargador Siro Darlan como testemunha de defesa de Flordelis – a deputada federal cassada e acusada de participação no assassinato de seu ex-marido, o pastor Anderson do Carmo.

A promotoria anexou ao processo uma série de reportagens relacionadas a supostos atos de corrupção associados a Darlan. No entanto, o desembargador já foi inocentado das acusações mencionadas nas notícias divulgadas pela imprensa em 2020.

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Em junho do ano passado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, encerrou a ação penal contra o desembargador, com a justificativa de que o processo havia sido contaminado com provas ilegais.

Apesar da posição do STF, o promotor de Justiça Décio Viégas de Oliveira encaminhou o conteúdo das reportagens na semana passada ao tribunal para tentar eliminar Siro Darlan como testemunha de Flordelis.

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Após as investigações, a pastora Flordelis (PSD-RJ) foi indiciada como a mandante do crime. Contudo, devido ao foro privilegiado que tinha, ela não pôde ser presa em um primeiro momento. Os filhos do casal, no entanto, não tinham o mesmo privilégio, o que fez com que sete deles fossem presos suspeitos de participação no assassinato
Flordelis, na verdade, é mãe de 51 filhos adotivos e quatro biológicos. Pastora e cantora gospel, ela foi a deputada federal do RJ mais votada e teve a história de vida contada em um filme estrelado por Bruna Marquezine, Reynaldo Gianecchini, Rodrigo Hilbert e Deborah Secco
Em 1994, a cantora adotou 37 crianças sobreviventes da Chacina da Candelária. Junto com outros filhos que já tinha, fundou o ministério Flordelis. Dentre esses filhos, estava o pastor Anderson do Carmo, que, inclusive, também chegou a se envolver com Simone, filha biológica da pastora, antes de se casar com Flordelis
Quando oficializaram a união, Anderson tinha 17 anos. Flordelis, 33. Segundo o relato de uma testemunha, que afirma ter morado na casa com os envolvidos no crime, tanto a ex-deputada quanto o pastor tinham relações sexuais com os filhos
O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa
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Em 2019, o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza revelou a existência de um esquema criminoso dentro da estrutura familiar da ex-deputada federal Flordelis. À época, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) deflagrou uma operação que apontou ao menos 10 pessoas envolvidas na morte do religioso

Igor Estrela/Metrópoles
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Após as investigações, a pastora Flordelis (PSD-RJ) foi indiciada como a mandante do crime. Contudo, devido ao foro privilegiado que tinha, ela não pôde ser presa em um primeiro momento. Os filhos do casal, no entanto, não tinham o mesmo privilégio, o que fez com que sete deles fossem presos suspeitos de participação no assassinato

Igo Estrela/Metrópoles
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Flordelis, na verdade, é mãe de 51 filhos adotivos e quatro biológicos. Pastora e cantora gospel, ela foi a deputada federal do RJ mais votada e teve a história de vida contada em um filme estrelado por Bruna Marquezine, Reynaldo Gianecchini, Rodrigo Hilbert e Deborah Secco

Facebook/Reprodução
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Em 1994, a cantora adotou 37 crianças sobreviventes da Chacina da Candelária. Junto com outros filhos que já tinha, fundou o ministério Flordelis. Dentre esses filhos, estava o pastor Anderson do Carmo, que, inclusive, também chegou a se envolver com Simone, filha biológica da pastora, antes de se casar com Flordelis

Reprodução
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Quando oficializaram a união, Anderson tinha 17 anos. Flordelis, 33. Segundo o relato de uma testemunha, que afirma ter morado na casa com os envolvidos no crime, tanto a ex-deputada quanto o pastor tinham relações sexuais com os filhos

redes sociais/ reprodução
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O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa

Agência Brasil
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Outro ponto que chamou atenção durante as investigações foi o celular da vítima, que não foi encontrado no local do crime. Flordelis sustentou que o aparelho havia desaparecido, mas, tempos depois, agentes conseguiram traçar caminho percorrido pelo aparelho por conta dos dados de telefonia

Reprodução
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Informações coletadas apontaram que o telefone de Anderson havia sido conectado ao wi-fi da casa de um senador, logo após o crime, e, tempos depois, foi ligado novamente em Brasília. A assessoria da Flordelis informou, à época, que não comentaria a investigação. O celular nunca foi encontrado

Reprodução
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Já no celular de Flordelis foi identificada uma troca de mensagens entre a ex-deputada e filhos dela com a informação de que a morte de Anderson seria “a única saída”. “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a mulher

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Segundo a Polícia Civil, foi constatado que Flordelis já havia tentado matar Anderson envenenado em diversas outras ocasiões, e o motivo seria o controle do dinheiro da igreja e de poder dentro da família

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Após todas as revelações, o PSD, partido de Flordelis, suspendeu a filiação dela e, tempos depois, o Conselho de Ética da Câmara aprovou cassação da deputada. Hoje, ela está presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada

Reprodução
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Durante o velório de Souza, um dos filhos biológicos da pastora, Flávio, foi preso como autor dos disparos. Tempos depois, Lucas, um dos filhos adotivos de Flordelis, também foi levado pela polícia suspeito de ter fornecido a arma a Flávio. Lucas negou participação no crime. Porém, os dois foram condenados pela Justiça

Adriana Cruz/Metrópoles
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Também foram condenados os filhos: Adriano dos Santos Rodrigues, por uso de documento falso e associação criminosa armada, e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Neném, por associação criminosa. Carlos foi absolvido da acusação de homicídio

Reprodução TV Globo
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São réus: André Luiz de Oliveira, por uso de documento falso e associação criminosa, Marzy Teixeira da Silva, por ter recebido dinheiro para pagar a morte do pastor, e Simone dos Santos Rodrigues, por ter pago pelo assassinato de Anderson. Além deles, Rayane dos Santos Oliveira, neta biológica de Flordelis e filha de Simone, por ter procurado pessoas para assassinar o pastor

Reprodução TV Globo
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Marcos Siqueira Costa e Andrea Santos Maia, que não têm parentesco com ninguém da família, mas que se envolveram no crime, foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa armada

Reprodução TV Globo

Ao Metrópoles, o advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, criticou a movimentação da promotoria, já que, além de a ação ter sido arquivada, a acusação não tem relação direta com a ex-parlamentar.

“Só mostra o desespero de quem criou essa história que não é verdadeira, é fantasiosa. Os casos não têm a ver com Flordelis”, ressaltou.

Faucz explicou que o desembargador foi arrolado como testemunha por ter sido juiz titular responsável pelos processos de adoção dos 51 filhos adotivos da ex-parlamentar.

“Ele tem conhecimento direto sobre aquela realidade das adoções, como funcionavam, quais as perspectivas, o local e tudo mais”, detalhou Faucz.

Julgamento

No próximo dia 9, André Luiz de Oliveira, um dos filhos adotivos de Flordelis, será julgado no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele é acusado de envolvimento na morte do marido da ex-parlamentar, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

Nessa mesma data, o Tribunal do Júri de Niterói irá ouvir as testemunhas e julgar a ex-parlamentar, que é acusada de ser a mandante do crime. Também serão julgadas as filhas Simone dos Santos Rodrigues e Marzy Teixeira da Silva, e a neta, Rayane dos Santos Oliveira.

 

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