MPRJ pede que policiais envolvidos com milícia tenham bens congelados
Além disso, o MPRJ determinou o afastamento dos policiais, que são investigados por manter e receber propina da milícia da Praça Seca
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu que sejam determinados o sequestro de bens e o bloqueio de valores das contas dos policiais investigados por envolvimento com a milícia que atua na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense.
Além disso, o MPRJ solicitou a suspensão das funções públicas do policial civil e dos dois policiais militares. O trio é alvo da Operação Naufrágio, que cumpre 12 mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes da milícia da Praça Seca.
Um dos PMs investigados pelo Ministério Público foi preso nesta quinta-feira (25/4).
Investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ, indicam que os policiais forneciam material bélico e até uniformes aos criminosos. Além disso, os milicianos recebiam informações “privilegiadas” dos PMs e pagavam propina ao policial civil para que não fossem “incomodados” na realização dos crimes.
O Gaeco identificou “uma extensa rede criminosa, com diversos áudios determinando aos associados e subordinados cobranças de taxas, compra de material bélico, dentre outras atividades, incluindo pagamento de propina a policiais militares e civis”.
Após manifestação do MPRJ, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), por meio da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), afirmou que o agente, alvo da ação, “será afastado de suas funções” e será investigado internamente pela corporação.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Sepol informou que “o agente, alvo da ação, cujas condutas apuradas são de 2020 e 2021, será afastado de suas funções, e a Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) vai instaurar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do servidor”.
A operação do MPRJ contra a milícia
Até o momento, quatro pessoas foram presas na Operação Naufrágio, incluindo o PM. Ao todo, o Gaeco denunciou à Justiça 16 pessoas por associação criminosa, extorsão a comerciantes, empreendedores, vendedores ambulantes e mototaxistas, bem como corrupção ativa.
Participam da operação, equipes da Corregedoria-Geral da Polícia Militar, da Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL), da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e da Divisão de Capturas da Polinter do Rio de Janeiro (DC-Polinter).