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MPRJ denuncia pregadora que falou “parem de postar coisa de preto”

Karla Cordeiro foi indiciada após falas racistas e homofóbicas em vídeo gravado durante culto em igreja evangélica em Nova Friburgo (RJ)

atualizado

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Reprodução/Instagram
Kakau Cordeiro
1 de 1 Kakau Cordeiro - Foto: Reprodução/Instagram

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta sexta-feira (20/8), a pregadora Karla Cordeiro dos Santos Tedim, conhecida como Kakau Cordeiro, por “praticar, induzir e incitar o preconceito e a discriminação contra as pessoas de cor preta e aquelas pertencentes à comunidade LGBTQIA+”. No início do mês, circulou nas redes sociais um vídeo em que a mulher pede que os fiéis parem de “levantar bandeiras” e “postem a palavra de Deus”.

A gravação foi feita em 31 de julho durante um culto na Igreja Sara Nossa Terra em Nova Friburgo, na Região Serrana do estado.

“É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová em si. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”, disse.

Para o MPRJ, Karla praticou crime “violador da dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da Constituição da República”, o que fez com que a Justiça não propusesse acordo para que ela deixasse de ser julgada.

“Karla agiu com menoscabo e preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queers, intersexuais, assexuais, não binários e pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diversas, ao zombar da sigla representativa da comunidade que os agrega”, diz trecho da denúncia.

O documento reforça que o culto era direcionado a jovens e que Karla “destilou intolerância de pautas sociais de inclusão e cidadania com alcance presencial e remoto”, dado o alcance que o vídeo teve nas redes sociais.

Karla Cordeiro chegou a se retratar após a repercussão do vídeo e disse ter sido “infeliz nas palavras”.

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