MPMG denuncia 5 sócios do grupo 123 Milhas: lavagem de dinheiro
Al[em disso, a acusação do Ministério Público de Minas Gerais inclui crimes contra as relações de consumo, crimes falimentares
atualizado
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou, nesta quinta-feira (12/12), denúncia contra cinco sócios grupo econômico 123 Milhas sob a acusação de crimes contra as relações de consumo, crimes falimentares e crimes de lavagem de dinheiro.
As investigações apontaram que os denunciados estavam cientes da inviabilidade econômica da 123 Milhas já no final do ano de 2022, e, mesmo assim, optaram por continuar as atividades da empresa, período em que desviaram “valores milionários do grupo, lavaram dinheiro e compraram a Max Milhas com a intenção de dominar o setor econômico”.
“Somente após estas condutas criminosas, os denunciados suspenderam os produtos da linha ‘Promo’ e pediram a inevitável recuperação judicial das empresas, as quais permanecem atuando nesta condição”, afirma o MPMG.
Segundo a denúncia, os cinco sócios “induziram ao erro mais de 500 mil consumidores, causando prejuízo de mais de R$ 1 bilhão com a venda de produtos da linha Promo. A partir de meados de 2022, tais produtos eram inequivocamente imprestáveis para atingirem sua finalidade: a emissão das passagens aéreas contratadas”.
O MPMG afirma que os denunciados fraudaram mais de 800 mil credores da recuperação judicial. “A primeira modalidade de fraude contra credores foi a distribuição fraudulenta de mais de R$ 26 milhões a título de dividendos feita pelas empresas do grupo aos próprios denunciados, mediante escrituração contábil com dados inexatos”.
Segundo a investigação, a “segunda modalidade de fraude foi a confusão administrativa e financeira propositadamente efetivada entre as empresas do grupo econômico, geradora de crédito superior a R$ 100 milhões a uma das holdings administradas pelos denunciados e não incluída na recuperação judicial”.
Monopólio
E, por fim, a terceira modalidade de fraude foi a aquisição da Max Milhas com recursos do caixa da própria empresa comprada. Aquisição essa que fez com que o grupo econômico 123 Milhas dominasse o mercado no setor de viagens on-line emitidas a partir de milhas aéreas.
O MPMG concluiu que os sócios ” lavaram mais de R$ 11 milhões, ocultando e destinando de maneira dissimulada tais valores das empresas produtivas do grupo econômico 123 Milhas para seu patrimônio pessoal, valendo-se da empresa de publicidade CAELI, interposta pessoa jurídica pertencente ao grupo”.
Operação Mapa de Milhas
A denúncia é resultado da Operação Mapa de Milhas deflagrada em fevereiro deste ano com cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão, além da quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático.
Atualmente o grupo econômico 123 Milhas funciona através da 123 Viagens e da Max Milhas.