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MPGO pede investigação conjunta de mortes e desaparecido após ação da PM

Adolescente sumiu há três anos, desde que amigos foram mortos por militares. Polícia criou inquérito só para apurar sumiço, mas MP discorda

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Arquivo pessoal
João Vitor desaparecido PM Goiás
1 de 1 João Vitor desaparecido PM Goiás - Foto: Arquivo pessoal

Goiânia – O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu que a Polícia Civil conclua a investigação, de forma conjunta, do desaparecimento de um estudante de 14 anos e da morte de três amigos dele em uma ação policial. O caso ocorreu na noite de 23 de abril de 2018, em Goiânia.

Policiais militares dizem que entraram em uma casa do bairro Solar Bouganville e mataram três jovens para se defender. No entanto, testemunhas contam que havia um quarto garoto na casa, João Vitor Mateus de Oliveira, de 14 anos, desaparecido desde então.

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Família de João Vitor vai mensalmente até delegacia procurar notícias sobre o estudante desaparecido
Adolescente de 14 anos está desaparecido há mais de três anos
Corpos foram encontrados em diferentes pontos da casa
Familiar já até desceu em cisterna na busca por adolescente desaparecido após abordagem policial
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Mortes e desaparecimento são lembrados por familiares: "Contra o extermínio de jovens no Solar Bougainville"

Comitê Dom Tomás Balduino
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Família de João Vitor vai mensalmente até delegacia procurar notícias sobre o estudante desaparecido

Vinicius Schmidt/Metrópoles
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Adolescente de 14 anos está desaparecido há mais de três anos

Arquivo pessoal
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Corpos foram encontrados em diferentes pontos da casa

Reprodução
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Familiar já até desceu em cisterna na busca por adolescente desaparecido após abordagem policial

Vinicius Schmidt/Metrópoles

O delegado Ernane Cazer, da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), concluiu o inquérito que investiga o caso no dia 25 de agosto de 2021, três dias depois do Metrópoles revelar detalhes do caso e a espera da família por uma resposta.

Acontece que a DIH resolveu dividir a investigação. Foi criado um novo inquérito para apurar o desaparecimento de João Vitor. O inquérito original de 2018 foi remetido ao Judiciário dando um parecer apenas sobre as três mortes.

Operação fatiada

O Ministério Público emitiu um despacho nesta quarta-feira (15/9) discordando da decisão da Polícia Civil, pedindo um laudo que ficou faltando e a averiguação completa do caso, incluindo as mortes e o desaparecimento.

“É muito complicado, num primeiro momento, imaginar uma situação legítima que seja finalizada com o desaparecimento forçado de alguém. Carecendo de averiguação de forma completa e não fatiada da operação”, avalia a promotora Renata de Oliveira no despacho.

A promotora defende que não existe razão para a divisão das investigações em inquéritos distintos, já que as mortes e desaparecimento se deram na mesma ocasião, em um mesmo contexto. Para ela, distribuir os fatos em inquéritos diferentes torna difícil a produção de provas.

PMs não são indiciados

No relatório da investigação sobre as três mortes em ação policial, o delegado Ernane considera que dos três militares envolvidos na ocorrência, dois teriam tido legitimidade em ter matado as vítimas.

Já no caso do terceiro PM, a legítima defesa não teria ficado clara. No entanto, o delegado não chega a indiciar o investigado.

A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) foram procuradas pelo Metrópoles, mas não se manifestaram até a publicação desta matéria.

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