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MPGO denuncia PMs por morte de quatro pessoas na Chapada dos Veadeiros

Policiais militares foram indiciados por homicídio qualificado e fraude processual nas mortes de 4 homens em Cavalcante no dia 20 de janeiro

atualizado

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1 de 1 manifestação chapada veadeiros pm mortos goias - Foto: @viladesaojorgechapadaveadeiros

Goiânia – Os sete policiais militares envolvidos na morte de quatro pessoas em Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros, foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por homicídio, com a qualificadora de emprego de recuro que dificultou  defesa das vítimas. As mortes ocorreram em 20 de janeiro deste ano em uma chácara no município de Cavalcante sob a suspeita de tráfico de drogas.

Os policiais alegaram à época que os homens estariam em uma plantação com mais de 500 pés de maconha e que resistiram à chegada dos militares. Nenhuma das vítimas tinha antecedentes criminais e os PMs dispararam ao menos 58 vezes contra o grupo.

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Suposta plantação de maconha foi queimada

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Os policiais militares Aguimar Prado de Morais (sargento), Mivaldo José Toledo (sargento), Jean Roberto Carneiro dos Santos (cabo), Welborney Kristiano Lopes dos Santos (soldado), Luís César Mascarenhas Rodrigues (cabo), Eustáquio Henrique do Nascimento (soldado) e Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida (soldado), são lotados no 14º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás, em Niquelândia, e compunham o Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).

Eles foram denunciados pelas mortes de Alan Pereira Soares, de 27 anos, Antônio Fernandes da Cunha, de 35, Ozanir Batista da Silva, de 46, e Salviano Souza Conceição, de 63, em 20 de janeiro deste ano.

Os mesmos militares, que estão presos preventivamente, foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual no início deste mês.

Disparos

Conforme foi apurado, foram disparados, ao menos, 58 tiros no local. Foram realizados 12 disparos com fuzil calibre 7.62 pelo sargento Aguimar; nove disparos com fuzil calibre 5.56 pelo sargento Mivaldo; 14 disparos com fuzil calibre 5.56 pelo cabo Jean Roberto; cinco disparos com fuzil calibre 7.62 pelo soldado Welborney; 10 disparos com pistola calibre 9mm pelo cabo Luís César; oito disparos com pistola calibre 40S&W pelo SD Ítallo e quantidade não especificada de disparos com pistola calibre 40S&W pelo soldado.

“Os policiais militares, apesar de as vítimas já estarem subjugadas e incapazes de qualquer reação, começaram a efetuar diversos disparos de arma de fogo contra elas, impossibilitando, assim, qualquer chance de defesa por parte destas”, afirmam os promotores de Justiça que assinam a denúncia.

De acordo com o MPGO, uma das vítimas foi atingida quando já estava caída ao chão, uma vez que o laudo de perícia criminal de local de morte violenta apontou um orifício de solo, com maior concentração de sangue, onde foi encontrado um projétil de arma de fogo.

Também foi apurado que os policiais permaneceram no local por cerca de uma hora e queimaram vegetação, para destruir a prova de que lá não havia plantação de maconha do tamanho que informaram – foram encontrados vestígios de quatro pés da planta.

Ainda de acordo com os promotores de Justiça, os PMs também recolheram a quase totalidade das cápsulas deflagradas e levaram as vítimas para o Hospital Municipal de Colinas do Sul já sem vida.

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