MPGO denuncia João de Deus por crime sexual contra mais duas vítimas
Além dos abusos, médium que conseguiu nesta sexta autorização para ser hospitalizado, também foi indicado por falsidade ideológica
atualizado
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O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) apresentou, nesta sexta-feira (22/3), mais uma denúncia contra João Teixeira de Faria, o médium João de Deus, por estupro de vulnerável. Além do crime sexual, ele e três assistentes voluntários foram acusados de crime de falsidade ideológica: o trio, acusado por duas pessoas, teria obrigado uma das vítimas a cometer falso testemunho público em 2018.
Segundo os promotores de Justiça Augusto César de Souza e Paulo Penna Prado, as duas vítimas procuraram o espiritualista em busca de tratamento para si e para a familiares. Pelo depoimento, João de Deus agiu como já denunciado por outras pessoas, induzindo as mulheres a fazerem atendimento em separado e abusando sexualmente delas.
Em relação ao crime de falsidade ideológica, o médium e seus assistentes teriam coagido uma das novas denunciantes, que havia concedido entrevista à equipe de reportagem da Rede Globo, revelando as acusações contra João de Deus, a prestar declaração pública, registrada em cartório, desqualificando o material jornalístico. De acordo com a denúncia, a mulher teria, inclusive, sido levada duas vezes a um cartório, na cidade de Anápolis, para oficializar a declaração.
A força-tarefa do MPGO apurou que a rede de proteção agiu para forjar documento que serviria de contraprova à reportagem, incluindo nele declarações não prestadas pela denunciante.
Cada uma das três pessoas indiciadas, de acordo com Augusto César de Souza e Paulo Penna Prado, “contribuiu para inserir as declarações falsas, manipular e intimidar a vítima para realizar o ato da forma mais conveniente a forjar o documento que serviria de contraprova à reportagem do programa de televisão”.
Acusações
Esta é a sexta denúncia contra o médium por crimes sexuais. Ele também foi denunciado por dois crimes contra a administração pública – coação no curso do processo e corrupção ativa de testemunha. Pesam contra o líder espiritualista também duas denúncias por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Em relação à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou tratamento médico a João de Deus fora do sistema prisional, também nesta sexta-feira, os promotores afirmaram que vão requisitar a documentação e submetê-la à Junta Médica oficial, para saber da real necessidade da transferência. (Com informações da MPGO)