MPF sobre investigação contra Witzel: “Foi como estar num túnel do tempo”
O procurador Eduardo El Hage explicou que se tratou de uma tipologia de lavagem muito semelhante ao do governo Sergio Cabral
atualizado
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O procurador da República no Rio de Janeiro Eduardo El Hage afirmou, nesta sexta-feira (28/8), que investigação que levou ao afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi como se tivessem entrado num túnel do tempo.
“Nós nos vimos como se (estivéssemos) num túnel do tempo, revendo velhos fatos que já tínhamos investigado, mas como outros personagens”, declarou El Hage.
O procurador explicou que os fatos investigados são contemporâneos com pagamentos realizados até 2020, por meio do escritório de advocacia da primeira-dama.
“É até uma tipologia de lavagem muito semelhante ao do governo Cabral. Utilização de escritório de advocacia para lavagem de recursos e pagamento de vantagens indevidas, transportadora de valores, existência de doleiros no Uruguai e uma rede de laranjas”, declarou.
El Hage disse que a decisão de afastamento foi importante para desarticulação desse grupo que está no poder. “A decisão de hoje foi importante para desarticulação desse grupo que está no poder, mas as investigações continuam. Essa só é mais uma fase e outras serão apresentadas”, disse.
Viés político
Em entrevista à imprensa, Witzel acusou “possível uso político” do Ministério Público, por meio da procuradora Lindoura Araújo, que teria ligação com a família Bolsonaro.
“Não tem ligação política, pelo contrário. Temos uma peça robusta. A PGR do Rio trabalhou de forma consistente, foram encontrados inclusive e-mail entre escritório primeira-dama e pessoas citadas em operações anteriores (Favorita e Placebo)”, respondeu El Hage.