metropoles.com

MPF se manifesta por arquivamento da ação contra silêncio de Mauro Cid em CPI

O MPF é contra prosseguimento de ação da CPI do 8/1 na Justiça Federal do Distrito Federal por alegar “abuso do direito ao silêncio”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Bolsonaro Vazamento Tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro Vazamento Tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pelo arquivamento de representação criminal da CPI dos atos golpistas contra o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ingressou na Justiça Federal do Distrito Federal por alegar “abuso do direito ao silêncio” durante o depoimento de Cid aos parlamentares.

No entanto, após o advogado de Cid alegar que as imputações contra o cliente são descabidas e que levantam “risco de suprimir um dos Direitos Constitucionais mais caros ao Estado Democrático de Direito”, o MPF se posicionou contra o seguimento da representação.

Na manifestação do procurador da República Caio Vaez Dias, são consideradas as notas taquigráficas do dia do depoimento na CPI. “A partir da leitura das notas taquigráficas da CPMI – 8 DE JANEIRO relativas à oitiva de Mauro Cid, no dia 11 de julho de 2023, de que ele efetivamente se negou a responder as perguntas que lhe foram dirigidas, não há que se falar na prática do crime previsto no art. 4º, II, da Lei nº 1.579/52”, diz com embasamento de sua posição.

Mauro Cid foi ouvido na CPI em 11 de julho, mas fez uso do direito ao silêncio em praticamente toda a oitiva. Ele se recusou a responder perguntas em mais de 40 ocasiões, e se calou durante mais de sete horas. Cid se recusou, inclusive, a responder questões básicas, como informar a própria idade (veja aqui).

Ao pedir o arquivamento da representação criminal à Justiça Federal, o advogado de defesa de Cid, Bernardo Fenelon, alegou que as imputações contra o cliente são descabidas e que levantam “risco de suprimir um dos Direitos Constitucionais mais caros ao Estado Democrático de Direito”.

Fenelon, alegou que “o abuso não está no uso do Direito Constitucional ao silêncio, mas, sim, no ato de impedir seu exercício” e frisou que não se pode “criminalizar” um direito previsto na Constituição.

Em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia havia determinado que o comparecimento de Cid à CPMI era obrigatório, mas que o militar teria o direito de ficar em silêncio e não responder a perguntas que o incriminassem. Ele deveria, no entanto, responder a outras questões que tivesse conhecimento.

5 imagens
Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército
Mas ficou em silêncio durante mais de sete horas, e não respondeu a questões simples, como a própria idade
Hamilton Mourão cumprimenta Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro
O oficial ficou preso por quatro meses
1 de 5

Mauro Cid ficou em silêncio durante questionamentos dos parlamentares na CPI do 8/1

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 5

Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 5

Mas ficou em silêncio durante mais de sete horas, e não respondeu a questões simples, como a própria idade

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 5

Hamilton Mourão cumprimenta Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro

Com Cid em silêncio, CPI tem bate-boca e confusão entre parlamentares
5 de 5

O oficial ficou preso por quatro meses

Hugo Barreto/Metrópoles

Mensagens de celular

Cid é considerado peça-chave para a investigação sobre o ocorrido no dia 8 de janeiro, após a PF encontrar, em mensagens apreendidas no celular dele, diálogos de teor golpista com pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entre elas, o militar e o coronel do exército Lawand Júnior falavam sobre uma possível decretação de intervenção militar contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na presidência.

Ao fim da sessão, o deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da CPMI, afirmou que avaliaria “medidas cabíveis” contra o depoente. Após acionar a Polícia Legislativa para analisar o caso, a CPI decidiu apresentar uma ação contra Mauro Cid por abuso do direito ao silêncio ao calar a verdade como testemunha na Justiça Federal. É este documento que é questionado pela defesa.

Prisão

Cid está preso desde 3 de maio, quando foi deflagrada a Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria à frente o militar, e que envolveria Bolsonaro, a filha do ex-presidente e pessoas próximas.

A Polícia Federal apura se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?