MPF ratifica denúncia contra Geddel, irmão e mãe por peculato
Mais de R$ 5,2 milhões foram desviados. Caso está ligado aos R$ 51 milhões apreendidos em apartamento em Salvador
atualizado
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Os procuradores da força-tarefa Greenfield ratificaram, nessa terça-feira (03/03/2020), a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Geddel Vieira Lima, Lúcio Vieira Lima, irmão do ex-ministro, a mãe, Marluce Vieira Lima, e outras cinco pessoas. A PGR apontou crime de peculato, referente à apropriação de recursos ligados ao pagamento de salários de secretários parlamentares.
Segundo a ação, foram desviados mais de R$ 5,2 milhões. Popularmente, a prática é conhecida como “rachadinha”.
A denúncia inicial foi apresentada em 2018 pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, quando Lúcio Vieira Lima ainda era deputado federal. Com o fim do mandato, o processo foi enviado à 1ª instância e, por prevenção, distribuído à Greenfield. Isso porque a força-tarefa já atuava em casos ligados ao crime investigado nas operações Cui Bono e Sépsis.
As diligências que resultaram na denúncia foram instauradas na apuração dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento usado por Geddel Vieira Lima em Salvador. O MPF descobriu que a origem da fortuna era fruto de corrupção e peculato. Foi então possível verificar que até 80% dos vencimentos destinados a secretários parlamentares, ligados a Lucio, eram destinados à família Vieira Lima.
De acordo com as provas coletadas, ficou claro que os assessores atuavam para suprir interesses domésticos, pessoais e de negócios do clã Vieira Lima. Entre as atividades desenvolvidas pelos assessores, a denúncia cita serviços de contabilidade, de motorista e até de cuidador. Um dos funcionários chegou a trabalhar 27 anos com pagamentos financiados pelos cofres públicos.