MPF quer informações do Twitter sobre verificação de usuários
Na última terça (4/1), o Twitter deu um selo de verificação ao perfil de uma ativista bolsonarista que já foi acusada pelo TSE por fake news
atualizado
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No mesmo ofício em que o Ministério Público Federal (MPF) requisitou ao Twitter explicações por não ter um canal de denúncias específicos para tratar de fake news sobre a Covid-19, o órgão pede informações sobre critérios adotados para verificação de usuários.
O documento, assinado pelo procurador da República Yuri Corrêa da Luz, traz o pedido para que a rede social “informe quais os critérios utilizados pelos responsáveis pela plataforma, no Brasil, para conferir verificação a usuários”.
O MPF pede ainda que o Twitter “indique se, entre os critérios usados para negar tal status de verificação, está ou não o eventual envolvimento do usuário na veiculação de conteúdo desinformativo sobre temas de saúde pública, a exemplo daqueles atinentes à Covid-19, em relação aos quais já há farto consenso de autoridades sanitárias ao redor do mundo”.
Verificação para blogueira
Na última terça-feira (4/1), o Twitter deu um selo de verificação de autenticidade ao perfil de uma ativista bolsonarista que já foi acusada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de espalhar mentiras nas redes sociais.
O selo do Twitter foi concedido a Bárbara Destefani, que atende na rede social pelo apelido “Te Atualizei”. O canal de Bárbara no YouTube estava entre os onze perfis que tiveram os meios de financiamento bloqueados no YouTube, em agosto do ano passado, por determinação do ministro do TSE Luis Felipe Salomão. Os canais foram desmonetizados por veicularem fake news.
Segundo informou o colunista do Metrópoles Guilherme Amado, o Twitter informou que um selo de verificação “informa às pessoas que uma conta de interesse público é autêntica”. No perfil de Barbara, no entanto, é possível encontrar diversas postagens lançando dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra a Covid-19.
O selo também foi concedido pelo Twitter a bolsonaristas que trabalham no governo, mas que costumam espalhar desinformação nas redes sociais. O assessor Tercio Arnaud Tomaz, apontado como integrante do gabinete do ódio, teve a página verificada, assim como o assessor Mosart Aragão, que já questionou o uso de máscaras e a vacinação.
Canal de denúncias
O MPF pede ainda ao Twitter que explique porque não tem um canal de denúncias específicos para tratar de fake news sobre Covid. O ofício foi encaminhado à rede social nesta quinta-feira (6/1). O Twitter tem 10 dias úteis para responder. Confira ofício:
MPF oficia twitter by Manoela Alcantara on Scribd