MPF pede que diretor da PRF seja afastado do cargo por 90 dias
O órgão argumenta que Silvinei Vasques, irregularmente, pediu votos ao presidente Jair Bolsonaro e fez “uso indevido do cargo”
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu que o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, seja afastado por 90 dias. O órgão argumenta que o chefe da corporação fez “uso indevido do cargo”.
De acordo com o MPF, Vasques pediu votos indevidamente ao então candidato à Presidência da República e atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). Ao citar declarações de Vasques durante eventos públicos, o órgão alega que o diretor usou a PRF para fazer uma “verdadeira propaganda político-partidária”.
“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, assinala trecho do documento.
Nas redes sociais, à véspera do segundo turno das eleições, Silvinei Vasques pediu votos a Bolsonaro. Após repercussão negativa, ele apagou a publicação. Para o MPF, a conduta do diretor da PRF contribuiu para “o confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após divulgação do resultado”.
O trecho faz referência ao movimento da PRF no dia do segundo turno da eleição. Contrariando determinação da Justiça, agentes pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores. A corporação alega que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus. Contudo, muitas pessoas reclamaram de atraso para chegar ao local de votação.
O diretor da PRF também é alvo de investigação por causa dos bloqueios ilegais de rodovias, promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após a derrota nas urnas. O MPF aponta que há indício de omissão da corporação.