metropoles.com

MPF pede “medidas urgentes” a Lula contra violência a indígenas no PA

Pedido ao presidente Lula e ao governo de estado foi motivado após um indígena da etnia Tembé ser baleado na última sexta-feira (4/8)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
Imagem colorida mostra indígena sendo carregado por homem após ser baleado - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra indígena sendo carregado por homem após ser baleado - Metrópoles - Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará oficiou o governo federal e do estado para cobrar “medidas urgentes” contra a violência policial em território indígena. O pedido foi motivado após um homem da etnia Tembé ser baleado na última sexta-feira (4/8).

A vítima atingida foi identificada como Kauã Tembé, 19 anos. Ele foi levado a um hospital e está sob cuidados médicos. O crime ocorreu dias antes da Cúpula da Amazônia, que ocorre em Belém em 8 e 9 de agosto, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com informações enviadas ao MPF, o homem foi baleado na aldeia Bananal. Imagens divulgadas pela Associação Indígena Tembé do Vale do Acará (Aitva) mostram a vítima sendo socorrida por um homem.

Segundo a associação, os disparos foram realizados por policiais militares e seguranças contratados pela empresa Brasil Biofuels (BBF), que explora dendê na região e é acusada de invadir território indígena.

“De acordo com a comunidade indígena, na tarde de sexta-feira, dia da abertura do grande evento preparatório para a Cúpula da Amazônia, seguranças da empresa BBF fortemente armados e policiais militares destacados da capital, Belém, promoveram ação ilegal e arbitrária contra indígenas do povo Tembé, na aldeia Bananal. Durante a ação houve disparos de arma de fogo, que parece ter sido efetuado por segurança da empresa BBF”, informou a associação, em nota.

Ouro Líquido: produção de dendê explora populações negras e indígenas no Brasil

Nota a Barbalho e Lula

De acordo com o grupo, na véspera dos disparos, um “ostensivo grupamento da polícia militar especializada” chegou ao município, passando a “intervir de maneira truculenta no local ocupado pela comunidade indígena Tembé”.

Na nota, enviada ao governador do estado, Helder Barbalho, e ao presidente Lula, o grupo pediu atenção aos conflitos que ocorrem na região. “Estes tipos de ataque são diários e amplamente documentados em relatórios internacionais, como a ONG inglesa Global Witness, a Comissão Arns e por vários veículos de imprensa do Brasil e de outros países”.

“Pedimos que vossas excelências dêem um basta na violência contra nossos parentes indígenas. Precisamos que os senhores se comprometam com nossas vidas e com a reprodução de nossos saberes. Não aguentamos mais ser tratados como lixo, são inúmeras violações de direitos sofridas pelos povos e comunidades da região do Vale do Acará”, consta no documento.

Outro lado

Em nota, o Grupo BBF afirmou que o conflito teve início após a invasão de uma das fazendas da empresa por indígenas. Segundo a organização, em 6 de julho, 30 pessoas armadas teriam invadido o local.

“Na manhã desta última sexta-feira, um batalhão especializado da Polícia Militar se deslocou à Fazenda Rio Negro com o objetivo de retirar os invasores do local e permitir que os trabalhadores pudessem realizar suas atividades laborais. Ao chegar no local, o grupo de invasores indígenas hostilizou os oficiais do batalhão da PM/CME e ameaçou a equipe de segurança privada terceirizada da empresa, que resguardava as instalações físicas da sede da Fazenda. Ao final da tarde, após a saída do efetivo da PM, mais de 100 invasores armados com terçados, facas, armas de fogo e armas caseiras, entraram em conflito com trabalhadores, incendiando e destruindo as instalações físicas da fazenda, maquinários e equipamentos da empresa, cumprindo assim as ameaças que vinham sendo realizadas desde 06 de julho e registradas nos boletins de ocorrência relatados acima”, alegou a empresa.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?