MPF pede apuração sobre maus-tratos relatados por supostos hackers
Suspeitos de invadirem celulares de autoridades públicas, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira reclamaram de ofensas
atualizado
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Após os quatro suspeitos de hackear celulares serem ouvidos pela Justiça Federal em Brasília, o Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta terça-feira (30/07/2019), cópias dos depoimentos para investigar possíveis maus-tratos durante a prisão executada pela Polícia Federal.
Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira denunciaram ao juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, que ficaram sem tomar banho e beber água. Pontuaram ainda que passaram por “pressão psicológica”.
O MPF pedirá para a corregedoria da Polícia Federal que investigue administrativamente possíveis abusos na execução da prisão e no tratamento dado aos suspeitos na cadeia.
Gustavo foi o primeiro a ser interrogado e denunciou “agressões psicológicas”. Ele entrou na sala de audiências algemado e com uma camiseta cinza às avessas.
“Fisicamente me trataram bem, mas psicologicamente me trataram mal. Me chamaram de bandido, de hacker. Isso foi desnecessário”, reclamou ao juiz.
As queixas foram endossadas por Suelen. “Me trataram mal, fizeram piadinha comigo. Eu nunca fiz nada para ninguém, sou inocente. Isso não tem nada a ver comigo”, comentou, muito emocionada. Ela relatou que ficou dois dias sem tomar banho, sem toalha e cobertor.
Suelen está detida na Cadeia Feminina do Distrito Federal (Colmeia), mas deve ser transferida para o Departamento de Polícia Federal no Aeroporto Juscelino Kubitschek, após pedido da defesa.
Segundo Suelen, ela ficou detida em um local sem papel higiênico e sem água. “Tive que tomar água do chuveiro. Eles riam, falavam que eu era hacker e que eles tinham que ter cuidado com o celular”, destacou.
Nesta terça-feira, além de Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira, prestaram depoimento Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto.
Vallisney de Oliveira manteve a prisão temporária dos quatro suspeitos de invadir os celulares de autoridades públicas dos três Poderes. Com isso, eles permanecem presos, pelo menos, até a próxima quinta-feira (01/08/2019).