MPF investiga suposto envolvimento de Renan Bolsonaro com empresas
Filho de Jair Bolsonaro teria recebido carro avaliado em R$ 90 mil de doação da empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini
atualizado
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O Ministério Público Federal abriu inquérito preliminar para investigar possível envolvimento de Renan Bolsonaro, filho caçula do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A acusação estaria ligada a um conglomerado de 17 empresas de mineração e construção.
Foram percebidas atuações muito próximas de Renan Bolsonaro com os investidores das empresas. O jovem teria recebido de presente da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini veículo elétrico avaliado em R$ 90 mil. Além disso, a firma em questão teria conseguido agendar, após a doação do automóvel, reunião com Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional. Renan teria participado desse encontro.
Por meio de nota, Frederick Wassef, advogado de Jair Renan Bolsonaro, declarou que o “cliente jamais recebeu ou ganhou carro elétrico da referida empresa. Fato este inverídico”.
A informação foi publicada pelo O Globo .
No entanto, a empresa Neon E. Motors, que teria importado o veículo, explicou que o presente foi, sim, enviado a Brasília. De acordo com documentos, a titularidade do carro ainda não havia sido transferida para o filho 04 de Bolsonaro.
Mas já há registro de multas de velocidade e, também, há vídeos compartilhados nas redes sociais que mostram Renan e o subsecretário de Programas e Incentivos Econômicos do Distrito Federal, Allan Lucena, recebendo a doação.
Além de ter recebido o cargo no governo, Lucena foi promovido a agente do projeto de empreendedorismo do Camarote 311, firma que tem como dono Renan Bolsonaro e fica localizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Outras denúncias
A empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini teria recebido benefício por meio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), ficando 75% isenta do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica até 2028.
Em dezembro do último ano, o deputado Ivan Valente (Psol -SP) também solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o caçula de Bolsonaro fosse investigado pela mesma situação de crime de influência e lavagem de dinheiro.
Gamer, Renan Bolsonaro teria envolvimento com a isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para a esfera de jogos eletrônicos. Até 2022, o setor será isentado em mais de R$ 80 milhões. A decisão foi tomada após Renan participar de reunião sobre o “futuro dos e-Sports” com Mário Frias, secretário de Cultura.
“Renan também não praticou nenhuma irregularidade e não atuou para nenhuma empresa ter acesso ao governo. Trata-se de ilação irresponsável para uma vez mais tentarem atacar o Presidente da República com coisas que não existem”, finalizou o advogado Wassef em comunicado.