MPF investiga motivação política da PRF na eleição e em bloqueios
Grupo de procuradores reuniu-se com a diretoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ação de lideranças golpistas também será apurada
atualizado
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Um grupo formado por nove procuradores do Ministério Público Federal (MPF) investiga a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais e nos bloqueios nas rodovias em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem intervenção federal.
Os investigadores do MPF ainda trabalham para identificar as lideranças dos movimentos golpistas e possíveis financiadores.
Informações sobre a investigação foram repassadas pelo procurador Frederico Paiva em entrevista para a Globonews nesta segunda-feira (7/11).
Silêncio do diretor
Na semana passada, integrantes do MPF reuniram-se com a diretoria da PRF. O diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques não compareceu.
“Ele não deu nenhuma justificativa para ausência. O silêncio dele me parece que não é a melhor estratégia”, afirmou Frederico na entrevista para a TV.
Durante o encontro, diretores da PRF exibiram dados parciais que demonstrariam que não houve discrepância tão grande no número de blitz entre o primeiro e o segundo turno. No entanto, o procurador defendeu que é necessária análise mais ampla.
Ainda nessa reunião, os diretores da PRF informaram que houve apenas três casos no Brasil de policiais que aderiram ao movimento de bloquear rodovias, mas que esses casos teriam sido muito repetidos na mídia. Para Frederico Paiva, é possível que haja mais situações.
Financiadores
Procurador da República no Distrito Federal (PRDF), Paiva ainda defendeu que a falta de mais firmeza da PRF pode ter feito o movimento aumentar, nas primeiras horas e dias após o resultado do segundo turno.
“Mais do que identificar os caminhoneiros, é identificar quem fomentou esse movimento. Se não punir agora, vai acontecer de novo, até o final do ano, outros movimentos que buscam desestabilizar o cenário brasileiro”, concluiu o procurador na entrevista para a TV.
Paiva citou como exemplo ruim a greve dos caminhoneiros de 2018, que terminou com a anistia dos envolvidos.